A peça de roupa em questão é uma camisola de lã - à venda pela quantia de 785 euros - cuja gola se estende até à altura do nariz, lembrando uma balaclava. A secção da gola junto à boca tem um recorte rodeado de tecido vermelho.
As imagens desta camisola começaram a espalhar-se pelas redes sociais, com vários utilizadores a criticarem o seu desenho, dizendo lembrar “blackface”.
Esta é uma técnica teatral criada no século XIX em que atores brancos representam papéis de negros, pintando a cara e exagerando traços fisionómicos. Inicialmente esta prática era aceite em sociedade, mas começou a ser condenada em meados do século XX e tem vindo a ser eliminada.
A Gucci reagiu através da sua conta oficial do Twitter, publicando um comunicado onde pede desculpa “pelas ofensas causadas pela camisola balaclava de algodão” e confirmou que o artigo já tinha sido retirado do mercado.
A casa italiana prometeu ainda tornar o incidente “num poderoso momento de aprendizagem para a equipa da Gucci”, dizendo que, para a marca, “a diversidade é um valor fundamental a ser mantido, respeitado e considerado em todas as decisões que tomamos”.
Este é só mais um episódio do que tem sido uma série de incidentes de cariz racista junto de casas de alta-costura italianas.
No passado mês, a Prada retirou produtos da sua coleção Pradamalia porque continham macacos pretos com lábios vermelhos que evocam “blackface”, sendo que, em novembro de 2018, a Dolce & Gabbana teve de cancelar um desfile na China depois de colocar vídeos promocionais no Instagram que foram acusados de trivializar a cultura chinesa.
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