Vitaliï Buliouk, primeiro vice-governador da região de Kherson, que Moscovo anexou no final de setembro sem controlá-la totalmente, “ficou ferido” na sequência “da explosão do seu carro”, declarou o ministro regional da Saúde, Vadim Ilmiev.

“A sua condição é estável, (a lesão é) de gravidade moderada”, disse o ministro, citado pela agência de notícias TASS.

De acordo com Ilmiev, “o motorista do carro morreu instantaneamente”, quando “uma mina direcional explodiu e o carro foi carbonizado”.

O chefe da autoridade regional de Zaporijia, controlada por Moscovo, Vladimir Rogov, acrescentou que a explosão ocorreu em Skadovsk, cidade costeira do Mar Negro, 70 quilómetros a sul de Kherson.

Bouliouk, que era uma figura responsável pelas questões económicas da região, está hospitalizado em Simferopol, na Crimeia anexada.

No início de novembro, as forças russas tiveram de retirar parcialmente da região de Kherson, após uma contra-ofensiva das tropas de Kiev.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.