Os governos dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e da Arábia Saudita responsabilizaram os rebeldes iemenitas pelo ataque, já reivindicado pelo grupo rebelde Houthi, do Iémen.
Além de um incêndio numa área em construção do Aeroporto Internacional de Abu Dhabi, a polícia do emirado relatou um outro na área industrial adjacente, que provocou uma explosão em tanques de combustível.
O diplomata português instou as partes a “impedirem qualquer escalada num contexto de aumento das tensões na região”, recordando ainda que “os ataques contra civis ou infraestruturas civis foram proibidos pelo direito internacional humanitário”, referiu o porta-voz das Nações Unidas, Stéphane Dujarric.
“Não há solução militar para o conflito no Iémen”, salientou António Guterres.
O responsável da ONU exortou ainda as partes “a conversarem construtivamente e sem pré-condições” para que possa haver um avanço do “processo político para chegar a um acordo amplamente negociado para acabar com o conflito”.
Pelo menos três pessoas morreram e seis ficaram feridas na explosão de um camião-cisterna em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Em Abu Dhabi, as autoridades locais ameaçaram “ripostar” pelo que consideraram tratar-se um ataque “infame” dos Houthis, que provocou a morte a três pessoas — dois indianos e um paquistanês.
“Os Emirados reservam-se o direito de responder a esses ataques terroristas e a essa escalada criminal sinistra”, declarou, num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos EAU, citado pela agência noticiosa local WAM.
Em Riade, e também num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita condenou “veementemente, e nos termos mais fortes, o cobarde ataque terrorista” contra o aeroporto de Abu Dhabi e responsabilizou os Houthis.
Hoje, através de um porta-voz, os Houthis reivindicaram o ataque nos EAU.
O porta-voz Yahia Sarei não avançou pormenores sobre a alegada “grande operação militar” e adiantou que o grupo divulgará uma declaração mais tarde, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).
Os Houthis, apoiados pelo Irão, reivindicaram vários ataques contra os EAU que foram depois negados pelas autoridades dos emirados.
A explosão foi desencadeada por um incêndio, que as autoridades admitem que possa ter sido causado por ‘drones’ e que provocou explosões em dois outros camiões-cisterna.
Os EAU estão na guerra no Iémen desde 2015 e integram a coligação liderada pela Arábia Saudita que lançou ataques contra os Houthis depois de o grupo ter invadido a capital Sana e expulsado o governo apoiado internacionalmente.
Embora os EAU tenham diminuído o número de tropas no terreno, continuam ativamente empenhados na guerra e apoiam as principais milícias que combatem os Houthis.
Os Emirados Árabes Unidos cooperam também com os Estados Unidos em operações antiterrorismo no Iémen.
Os Houthis têm estado sob pressão nas últimas semanas e estão a sofrer pesadas perdas, uma vez que as forças iemenitas apoiadas pelos EAU têm conquistado posições do grupo rebelde em províncias-chave do sul e centro do país.
O incidente surge quando o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, visita os Emirados Árabes Unidos, o que permitiu um acordo preliminar de venda aos EAU de mísseis terra-ar de médio alcance sul-coreanos, num contrato avaliado em cerca de 3.500 milhões de dólares (mais de 3.000 milhões de euros).
A guerra matou 130.000 pessoas no Iémen – tanto civis como combatentes – e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.
O conflito no Iémen é considerado pela ONU como a maior tragédia humanitária do planeta, atualmente, com 80% da população do país a necessitar de algum tipo de assistência para colmatar as suas necessidades básicas.
Localizado no Médio Oriente, junto ao Mar Arábico, Golfo de Aden e Mar Vermelho, e com fronteiras com Omã e a Arábia Saudita, o Iémen tem uma população de cerca de 33 milhões de pessoas.
Comentários