Num comunicado, António Guterres urgiu “todos os somalis a unirem-se na luta contra o terrorismo e o extremismo violento, e a trabalhar juntos na construção de um estado federal funcional e inclusivo”.

Presumíveis terroristas da organização Al Shabab detonaram camiões armadilhados num antigo mercado e num hotel no movimentado centro da cidade, pelo que a maioria das vítimas são civis.

Até ao momento, de acordo com a agência EFE, estão também contabilizados 350 feridos.

O secretário-geral da ONU enviou condolências às famílias afetadas e desejou pronta recuperação aos feridos, elogiando os serviços de emergência e os habitantes de Mogadíscio pela sua mobilização para prestar socorro às vítimas.

O governo somali dispensou militares para ajudar os serviços de emergência nas buscas de sobreviventes daquele que é considerado o pior atentado na história do país.

Numerosos edifícios próximos das explosões ficaram completamente destruídos e os hospitais estão com as instalações sobrelotadas com os feridos, sendo que não dispõem de medicamentos suficientes e sangue para as transfusões.

Muitos cadáveres estão nas morgues dos hospitais por identificar e muitos feridos apresentam queimaduras graves.

“O hospital está assoberbado, com muitos mortos e feridos. Recebemos pessoas que perderam os membros na explosão. É verdadeiramente horrível, como nunca vimos antes”, relatou o diretor do hospital Medina, Mohamed Yusuf.

Na mensagem, Guterres reafirmou o “apoio e solidariedade das Nações Unidos para com o povo e o governo da Somália na sua busca de paz e estabilidade”.

O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, declarou três dias de luto nacional e, como milhares de cidadãos, foi doar sangue, apelando a “todo o povo somali” para que faça o mesmo.

Ao longo da noite, socorristas com lanternas mantiveram as buscas por sobreviventes nos escombros do Hotel Safari, que fica perto do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Governo somali atribuiu o ataque às milícias Al-Shabab, ligadas à Al-Qaida, e qualificou o ataque de “desastre nacional”.