“O secretário-geral apoia a Convenção sobre Munições ‘Cluster’, que, como sabem, foi adotada há 15 anos. Ele quer que os países atuem de acordo com os termos dessa convenção. E, como resultado, é claro, ele não quer que haja um uso contínuo de munições ‘cluster’ no campo de batalha”, disse o vice-porta-voz de Guterres, Farhan Haq, no seu ‘briefing’ diário à imprensa.
Na quinta-feira, a agência Associated Press noticiou que o Governo norte-americano fornecerá munições ‘cluster’ à Ucrânia, num novo pacote de ajuda militar que deverá ser anunciado em breve pelo Pentágono, e quando os ucranianos acusam a Rússia de recorrer ao mesmo tipo de armamento no conflito.
A decisão surge apesar das preocupações generalizadas de que as controversas munições de fragmentação possam causar vítimas civis.
O Pentágono fornecerá munições com uma “taxa de insucesso” reduzida, o que significa que haverá muito menos cartuchos não detonados que podem resultar em mortes não intencionais de civis, segundo fontes próximas do dossier citadas pela mesma agência.
Muito controversas, as munições de fragmentação libertam submunições que se espalham por uma grande área e visam causar destruição em vários alvos ao mesmo tempo.
As autoridades ucranianas pediram essas armas de forma a alavancar a sua campanha para passar pelas linhas de tropas russas, na contra-ofensiva em andamento.
As forças russas já usam munições ‘cluster’ no campo de batalha, disseram também as autoridades dos Estados Unidos.
Os defensores da proibição das armas de fragmentação dizem que elas matam indiscriminadamente e colocam civis em perigo muito tempo depois do seu uso e algumas ONG alertaram para as consequências da utilização dessas munições pela Rússia na Ucrânia.
Uma convenção que proíbe o uso de bombas de fragmentação foi acompanhada por mais de 120 países que concordaram em não usar, produzir, transferir ou armazenar as armas e destruí-las depois de usadas.
Os Estados Unidos, Rússia e a Ucrânia estão entre os países que não assinaram essa convenção.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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