James McGoldrick referiu estar “profundamente preocupado pela escalada do conflito na costa oeste do Iémen”, onde os combates opõem forças governamentais aos rebeldes xiitas ‘houthis’ perto do mar Vermelho.

A intensificação do conflito “agrava a situação humanitária já terrível” neste país da península arábica, acrescenta McGoldrick em comunicado, assinalando que os combates na costa oeste estão a impedir a entrada de produtos de primeira necessidade pelo porto de Hodeida.

O coordenador da ONU indicou que, atualmente, “17 milhões de pessoas não estão em condições de se alimentarem corretamente e são regularmente forçadas a prescindir de refeições”, uma penúria alimentar que afeta sobretudo mulheres e jovens adolescentes.

Desse total, “sete milhões ignoram quando ou se terão a próxima refeição e estão mais perto que nunca da fome”, assinala o responsável.

O conflito registou um súbito agravamento em março de 2015 na sequência da intervenção de uma coligação árabe, liderada pela Arábia Saudita, em apoio ao presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e com o objetivo de contrariar o avanço ‘houthi’.

Aliados do ex-presidente Ali Abdallah Saleh, os combatentes ‘houthis’ assumiram o controlo de vastas regiões do país, incluindo a capital Sanaa.

A ONU tem sugerido sistematicamente uma trégua para permitir a distribuição de ajuda humanitária, mas as mediações da organização e sete declarações de cessar-fogo não tiveram sucesso até ao momento.

O Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF) calculou hoje que 462.000 crianças sofrem de severa malnutrição no Iémen.

Segundo a ONU, o conflito provocou mais de 7.400 mortos desde março de 2015, incluindo 1.400 crianças, e ainda 40.000 feridos.