O parto terá ocorrido entre 2 e 8 de março deste ano e a 12 de maio os técnicos do ICNF conseguiram observar e fotografar duas crias com cerca de 2 meses, admitindo-se a existência de uma terceira. Lagunilla, proveniente do Centro de Reprodução de Zarza da Granadilla, em Espanha, tinha sido vista com alguma frequência, já em 2016, com o macho Luso, e sabia-se que estava com o cio.

Segundo o comunicado do INCF, as duas ninhadas, de fêmeas diferentes e detectadas com apenas uma semana de diferença, "constituem um dos mais relevantes marcos na já longa história da conservação do lince ibérico em Portugal, iniciada há mais de 30 anos com a campanha da LPN “Salvemos o lince e a Serra da Malcata”. A existência de fêmeas reprodutoras é o mais significativo indicador da saúde de uma população e um facto que sustenta o potencial sucesso do processo de reintrodução iniciado."

Lagunilla, lince ibérico fêmea, com uma das crias nascidas em 2016

O processo de reintrodução do lince ibérico começou em 2014. Duas fêmeas - Myrtilis e Kayakweru - foram encontradas mortas desde então. Jacarandá, a primeira a ser libertada em Portugal, foi a mãe da primeira ninhada, tendo parido uma cria em março deste ano. Chega agora a notícia desta ninhada de Lagunilla.

O território de Lagunilla possui uma densidade de coelho bravo muito alta, condição importante para a estabilização das fêmeas de lince. Neste caso existem também inúmeras oliveiras centenárias que podem ser usadas como tocas e onde as crias permanecem durante o período de amamentação.