
Lorena Pacheco, de 30 anos, foi uma das felizardas que conseguiu finalmente alugar um apartamento graças ao sorteio organizado pela Câmara Municipal de Madrid. A auxiliar de enfermagem confessou estar muito feliz, depois de ter passado dois anos à procura de casa com o namorado, Sergio Encinas.
"Depender da sorte para nos podermos tornar independentes (...) é uma realidade que vivemos neste país", lamenta Sergio, de 31 anos.
"É muito triste, porque temos um trabalho, trabalhamos 40 horas por semana", mas "com o nosso salário não conseguimos viver por conta própria", acrescentou o vendedor, que tem um salário de 1.200 euros por mês.
A cada trimestre a cidade de Madrid sorteia entre 50 a 200 apartamentos e os participantes são aceites de acordo com as suas receitas e situação. Ainda assim, este sorteio que responde apenas 1% da procura.
Segundo o Idealista, o aumento das rendas em Madrid foi cerca de 82% numa década, deixando os imóveis fora de alcance para muitas famílias.
No que toca a habitações sociais, o número é restrito: em 2024, Madrid contava com 9.200 habitações sociais para uma cidade de 3,4 milhões de habitantes, um dos números mais baixos da União Europeia.
A cidade tem agora como objetivo chegar às 15.000 habitações sociais até 2027.
Por cá, os aumento de rendas não foi tão alto, mas os números não deixam de ser alarmantes. Em 2021, os Censos mostraram que as rendas em Lisboa aumentaram cerca de 42% nos últimos 10 anos. Já em 2024, o aumento anual foi de 7%, o maior dos últimos 30 anos, segundo o Público.
No final do ano passado, a Câmara de Lisboa afirmava ter 23 mil alojamentos sob gestão municipal, que abrigavam 11% da população lisboeta. No entanto, segundo dados do mesmo artigo da RTP, o número de pedidos por casas municipais à Câmara de Lisboa triplicou desde 2020.
*Com AFP
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