O apelo surgiu um dia depois de sete pessoas terem sido mortas em novos confrontos no local, elevando para 15 o número total de vítimas mortais desde o início dos combates.
Segundo a agência noticiosa estatal libanesa NNA, os dois grupos emitiram uma declaração conjunta sobre “a gravidade do que está a acontecer em Ain al-Hilweh” e lamentaram que os confrontos “tenham provocado dezenas de mortos e feridos, a destruição de casas e propriedades e a deslocação de pessoas honradas”.
“Estes confrontos são contrários à vontade do povo palestiniano e só beneficiam o inimigo dos palestinianos e os projetos suspeitos contra os campos palestinianos para eliminar o problema dos refugiados”, afirmaram, sublinhando que “o objetivo é a segurança e a estabilidade” do Líbano.
Nesse sentido, apelaram a um cessar-fogo imediato, tal como já o havia feito o partido da milícia xiita Hezbollah, e apelaram “às forças da resistência palestiniana” para “revelarem quem está envolvido nos combates”, para “cerrarem fileiras” e para “unificarem a posição palestiniana para enfrentarem apenas o inimigo sionista”.
O campo de refugiados tem sido abalado pela violência, no âmbito de uma série de operações lançadas pela Fatah, que controla o local, contra grupos islamistas exteriores ao Hamas, acusados do assassínio, em julho, de um alto comandante da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) em Ain al-Hilweh.
Nos termos de uma convenção em vigor, o exército libanês não pode entrar em nenhum dos 12 campos palestinianos existentes no país, deixando a segurança dos campos a cargo das fações palestinianas, incluindo a Fatah, o partido do Presidente da ANP, Mahmoud Abbas.
Em novembro de 2016, o exército libanês “interrompeu” a construção de um “muro de segurança” em torno deste campo de refugiados, o maior do país.
Ain al-Hilweh é conhecido por lá coexistirem fugitivos e extremistas, que aproveitam a impossibilidade de aí serem detidos pelas autoridades libanesas.
Mais de 47.000 refugiados palestinianos estão registados em Ain al-Hilweh, campo criado em 1948 para acolher os palestinianos que fugiram das suas casas após a criação do Estado de Israel, a que se juntaram vários milhares de outros que fugiram do conflito armado na Síria.
No Líbano, cerca de 488.000 palestinianos estão registados na Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA).
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