Para a diretora técnica do CEiiA, Helena Silva, é "natural" existirem mulheres nas áreas abrangidas pelo centro, visto que o objetivo é ter equipas compostas pelos "melhores engenheiros do mundo", ganhando, dessa forma, a competência e não o género.
"A nossa preocupação pela multidisciplinaridade de competências e géneros é importante porque isso torna a equipa muito mais rica na forma de abordar os problemas e na sua organização", afirmou, acrescentando que, no centro, a carreira das mulheres progride de igual forma à dos homens.
Helena Silva, que "sempre quis fazer carros" e trabalhou durante quatro anos na Volkswagen Autoeuropa, já passou por diversas funções no CEiiA, atividades que acompanharam a evolução que o centro sofreu nos últimos 15 anos em que cresceu de 20 engenheiros para os atuais 280.
Fundado em 1999 para apoiar a competitividade da indústria automóvel em Portugal, o CEiiA é um espaço dedicado à engenharia e ao desenvolvimento de produto, participando na criação de estruturas e sistemas complexos nos setores automóvel, aeronáutico, naval, 'offshore' e da mobilidade.
Desde 2012, aumentou a sua percentagem global de mulheres a trabalhar de 17 para 32%, havendo na direção executiva, composta por três elementos, dois do sexo feminino.
A administração, órgão com cinco membros, conta com a atuação de duas mulheres e a parte técnica com 49 profissionais femininos, num total de 202.
Raquel Magalhães, gestora de projetos de mobilidade no centro, seguiu esta área para contrariar as tendências. Acredita que "as mulheres conseguem fazer tanto como os homens, basta terem interesse e vontade", visto terem "toda a capacidade" para tal.
Apesar de ser um mercado "dominado por homens", considera fazer parte de um grupo de trabalho "excelente", que a faz sentir-se integrada e motivada, onde as mulheres são protegidas e onde lhes são reconhecidas vantagens, por serem mais organizadas e metódicas.
Também a engenheira de cálculo estrutural, Inês Crespo, que durante o curso gostava das cadeiras de cálculo, diz não existir preconceito no trabalho por ser mulher, havendo sim, no centro, um ambiente de entreajuda.
Outra parte deste centro de engenharia é a Academia CEiiA, um acelerador de desenvolvimento de competências dos colaboradores que cria percursos de aprendizagem ao nível da especialização tecnológica, compatibilizando os objetivos organizacionais com as necessidades individuais, para que a aprendizagem seja entendida e pensada como uma extensão da estratégia da organização.
Garantir o domínio das tecnologias relevantes das indústrias da mobilidade, desenvolver as competências chave que assegurem a superioridade tecnológica e a gestão eficiente dos recursos da organização e promover os valores e a cultura organizacional são os três principais objetivos da Academia.
A Academia tem parcerias com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, com a Câmara do Porto e com empresas em Portugal, no Brasil, em Espanha, na França, na Alemanha e no Reino Unido, entre outros países.
O CEiiA acolhe, nos seus ciclos de estudos, alunos de áreas como a engenharia mecânica, a aeronáutica, a aeroespacial, o ambiente, o design de produto e a gestão das organizações.
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