“De referir que o alerta para o incêndio na Serra de Água foi dado ao Serviço Regional de Proteção Civil no dia 14 de agosto, pelas 09:48 e, de imediato, o helicóptero [H-35] entrou em ação. Após voos de reconhecimento no local, o H-35 efetuou a primeira descarga às 11:15. Neste primeiro dia, apesar das condições meteorológicas adversas, este meio aéreo realizou 18 descargas”, esclarece a autoridade regional em comunicado.

De acordo com o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC), “em momento algum” houve hesitação em acionar o helicóptero.

“Porém, atendendo às características deste incêndio, fogo em zona de difícil acesso, condições meteorológicas adversas, temperaturas altas, com vento forte, humidade relativa baixa, tornou este ato de combate mais difícil”, explica.

O helicóptero H-35 é o único meio aéreo que opera no combate a incêndios rurais na Região Autónoma da Madeira, mas, no caso do fogo que deflagrou no dia 14 de agosto, a sua ação foi complementada com a chegada na quinta-feira de dois aviões Canadair da Força Aérea Espanhola, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

O SRPC assegura estar a “monitorizar atentamente a evolução dos incêndios desde o dia 14 de agosto”, esclarecendo que “tem tomado as decisões consoante a evolução do incêndio, as condições/previsões meteorológicas e os recursos disponíveis”.

“Reiteramos que, felizmente, durante este incêndio, não há habitações consumidas, não temos vítimas a lamentar, nem há registo de destruição de infraestruturas essenciais. Estamos cientes de que toda esta situação tem causado danos emocionais e, desde a primeira hora, tudo temos feito para mitigar os impactos desta situação”, lê-se no comunicado.

O Serviço Regional de Proteção Civil reitera também que “os meios têm estado no terreno desde a primeira hora”, sublinhando que “as zonas onde decorre o incêndio e as condições meteorológicas adversas têm sido o principal ‘inimigo’ neste combate”, mas “as equipas têm estado sempre no terreno e tudo têm feito para conter as chamas, proteger a população os seus bens e o nosso património”.

“Desde o início do incêndio a 14 de agosto, o meio aéreo (H-35) e respetiva equipa helitransportada têm estado em ação sempre que as condições meteorológicas e de visibilidade permitem a sua utilização”, reforça o SRPC.

De acordo com a nota, do total de 327 descargas efetuadas pelo H-35, 18 ocorreram no dia 14 de agosto na Serra de Água (Ribeira Brava).

Depois, sem especificação do local, o SRPC indica que foram feitas 17 descargas no dia 15, 45 no dia 16, 32 no dia 17, 32 no dia 18, 18 no dia 19, 22 no dia 20, 51 no dia 21, 35 no dia 22 e 57 no dia de hoje.

“Em 2023, este meio apoiou 54 missões, dos 446 incêndios rurais (408 em mato e 38 florestais)”, indica o Serviço Regional de Proteção Civil, acrescentando que no ano passado o helicóptero totalizou 82 horas de voo e realizou 728 descargas, das quais 306 no combate ao incêndio na Calheta em outubro.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.

As autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.

Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.002 hectares de área ardida.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.