A Polícia Judiciária do Norte anunciou hoje, em comunicado, que, no âmbito da operação "Ajuste Secreto", deteve sete pessoas, entre elas um presidente de câmara e um ex-autarca, por suspeitas de crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, peculato e tráfico de influência, numa investigação que dura há um ano e que envolveu 31 buscas, designadamente a cinco câmaras municipais e cinco clubes locais de futebol.

Fonte da Polícia Judiciária ligada à investigação avançou à Lusa que o autarca detido é o atual presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, e que o ex-autarca detido é Hermínio Loureiro.

De acordo com o comunicado hoje emitido pela Poliícia Judiciária as detenções acontecem no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público - DIAP de Aveiro, Secção de Santa Maria da Feira.

No documento lê-se que "a investigação permitiu até ao momento a obtenção de fortes indícios da existência de relações privilegiadas entre os suspeitos que, ao longo do último ano, têm visado a realização de diversas obras em diferentes localidades, manipulando as regras de contratação pública".

Nesta operação realizaram-se 31 buscas, incluindo cinco camarárias e cinco em clubes locais de futebol, na qual participaram magistrados do Ministério Público e cerca de noventa elementos da Polícia Judiciária.

Operação "Ajuste Secreto”. Polícia Judiciária faz buscas em Oliveira de Azeméis e mais quatro câmaras
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Fonte da Judiciária adiantou à Lusa que os cinco clubes de futebol que foram alvo de buscas são “todos do concelho de Oliveira de Azeméis”.

Os sete detidos têm idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos, sendo um autarca, um ex-autarca, um funcionário camarário e os restantes empresários de profissão e serão presentes a primeiro interrogatório judicial à competente autoridade judiciária para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

Em dezembro de 2016 Hermínio Loureiro anunciou a renúncia à Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e, consequentemente, cessou funções que desempenhava por inerência como a de presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP).

Hermínio Loureiro, saiu por entender “que é muitas vezes mais importante saber sair da cena política, do que a ela se apresentar”.

De acordo com uma declaração transmitida na Câmara Municipal, à qual a Lusa teve na altura acesso, Hermínio Loureiro (PSD), reeleito em 2013 para a presidência da autarquia, disse se tratava da conclusão “da atividade política como dirigente eleito pelos munícipes, transmitindo os destinos do concelho a outras pessoas, igualmente preparadas, no quadro previsto na legislação em vigor”.