"A heroína continua a ser a droga que mata mais pessoas e este ressurgimento deve ser abordado com urgência", disse Yury Fedotov, diretor do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), organismo responsável pela elaboração do relatório.

O documento destaca a queda pronunciada de 38% observada no ano passado, que levou a produção mundial para 4.770 toneladas. O ano de 2014, com 7.730 toneladas, foi aquele em que o cultivo mundial de ópio alcançou um dos seus maiores níveis de produção desde os anos 1930.

Esta diminuição, assim como o máximo do ano anterior, é atribuída principalmente ao Afeganistão, principal produtor mundial de ópio (com 70% da produção total) e onde os cultivos foram reduzidos devido à má colheita.

No entanto, o relatório ressalva que é pouco provável que esta diminuição leve a uma "grande carência" no mercado mundial em função do alto nível de produção dos anos anteriores e dos stocks ainda existentes, segundo ONU. " Não há nenhuma razão para pensar que a produção de heroína no Afeganistão acabou", constata Angela Me, uma das autoras do estudo, acrescentando que "ainda há muita heroína no mercado".