
Em 2015, ao adotar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os países estabeleceram a ambiciosa meta de acabar com o trabalho infantil até 2025.
"O prazo chegou ao fim. Mas o trabalho infantil não", afirmaram o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no seu relatório conjunto.
No ano passado, 137,6 milhões de crianças com idades entre os cinco e os 17 anos trabalhavam, o equivalente a 7,8% de todas as crianças nesta faixa etária, segundo dados que são publicados a cada quatro anos.
Isto representa uma diminuição na comparação com o ano 2000, quando 246 milhões de crianças eram obrigadas a trabalhar, em muitos casos para ajudar as famílias.
Após um aumento preocupante entre 2016 e 2020, a tendência foi revertida: no ano passado, 20 milhões de crianças a menos trabalhavam em comparação com 2020.
"Avanços significativos" foram registrados na redução dos números do trabalho infantil, afirmou Catherine Russell, diretora da Unicef.
"Muitas crianças, no entanto, continuam a trabalhar em minas, fábricas ou campos, frequentemente em trabalhos perigosos para sobreviver", acrescentou.
No atual ritmo de redução, "levará centenas de anos" para eliminar o trabalho infantil, disse Claudia Cappa, especialista do Unicef.
Segundo o relatório, quase 40% das 138 milhões de crianças que trabalharam em 2024 estavam em empregos de risco, "que poderiam colocar em perigo a sua saúde, segurança ou desenvolvimento".
As conclusões do relatório trazem "esperança e mostram que é possível avançar", declarou o diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo. Alertou, no entanto, que resta um "longo caminho a percorrer".
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