Num comunicado, a empresa precisa que os dois pilotos foram demitidos “nos termos e condições do seu contrato de trabalho”.

“Um é alvo de um processo judicial. O outro utilizou inapropriadamente informações da companhia”, adianta.

O primeiro piloto terá sido acusado do crime de “revolta”, passível de uma pena de até 10 anos de prisão, pela participação nos protestos, que já registaram episódios de violência entre manifestantes e agentes antimotim.

A Cathay Pacific tinha advertido na segunda-feira os seus 27.000 funcionários de que poderiam ser demitidos se apoiassem ou participassem nas “manifestações ilegais” em Hong Kong.

Hong Kong, antiga colónia britânica, está a atravessar a sua pior crise política desde a sua transferência para as autoridades chinesas em 1997.

A contestação social começou no início de junho contra um projeto de lei que pretendia autorizar as extradições para Pequim.

A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora medidas para a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da atual chefe do Governo, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.

A direção-geral da aviação civil chinesa exigiu na sexta-feira à Cathay os nomes dos funcionários nos voos para a China ou que atravessem o seu espaço aéreo, indicando que os que apoiam o movimento pró-democracia não seriam autorizados.

No sábado, a transportadora aérea anunciou a suspensão de um piloto acusado de ter participado em manifestações e a demissão de dois outros funcionários, sem indicar a razão.

Segundo media de Hong Kong, os dois empregados teriam divulgado o itinerário de uma equipa de futebol da polícia do território que se deslocava para a China continental.

Num outro comunicado, a Cathay Pacific indica que nos últimos dias foram suspensos 272 dos seus voos e afetados “mais de 55.000 passageiros”, o que considera “inaceitável” e prejudicial à “reputação geral de Hong Kong”.