Falando na cerimónia das comemorações do Dia da Criança e do Adolescente, que decorreu no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins lembrou que há 60 anos que aquele serviço não era alvo de intervenção.
“Vamos agora começar em 2017 o investimento que faltava que era também o mais significativo, que é na psiquiatria e saúde mental, porque vai abranger toda a área da psiquiatria - os 3 pisos - e vai colocar o nosso serviço no patamar das boas práticas desejáveis”, afirmou o responsável.
Carlos Martins adiantou que o projeto deverá estar concluído num ano: meio ano para a obra e o restante para os procedimentos, já que será submetido a concurso público.
O presidente do conselho de administração do CHLN anunciou ainda que irá apoiar a parte que estava em falta da Associação para as Crianças de Santa Maria, com vista a concretizar um novo centro de ambulatório pediátrico.
“Vamos apoiar, em termos de demolições e infra estruturas, a associação e isso permite que a associação antecipe a obra do Centro Ambulatório Pediátrico Maria Raposo, e estamos em crer que no dia da criança teremos a inauguração desta obra importante.
Na mesma altura, dia 1 de junho de 2017, Carlos Martins espera poder igualmente inaugurar a Unidade de Internamento de Psiquiatria para Adolescentes (14 aos 21 anos), também anunciada hoje, que vem preencher uma lacuna no Serviço Nacional de Saúde, já que os mais novos são muitas vezes internados em serviços de psiquiatria de adultos, por falta de resposta nos serviços.
Só em 2015 (dados mais recentes), 31 adolescentes tiveram de ser internados em psiquiatria de adultos.
Este projeto não visa apenas dar resposta às necessidades da área envolvente do CHLN, mas funcionar articuladamente e em conjunto com o Centro Hospitalar Lisboa Central e com o Centro Hospitalar Psiquiátrico.
“Esperamos concluir no final deste ano as duas fases que estavam definidas e poder determinar a área e valor de investimento para incluir no plano de investimentos do próximo ano”.
Embora não tenha data limite de conclusão prevista, Carlos Martins espera conseguir concretizar este investimento antes do verão.
“Se conseguíssemos conjugar a inauguração do centro ambulatório pediátrico com a unidade de internamento de pedopsiquiatria seria um momento de grande felicidade para nós, para os profissionais, para os pais daqueles que precisam de ser internados”, considerou.
Ainda no mesmo âmbito, foi hoje assinado um protocolo entre a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e o CHLN para “Criação de Equipas Comunitárias de Saúde Mental da Infância e da Adolescência na Região do Oeste”.
Para Carlos Martins, estE é um “trabalho muito importante que vai permitir proximidade às crianças, às famílias, e evitar deslocações de várias dezenas e por vezes centenas de quilómetros, de crianças e suas famílias a Santa Maria.
Estas equipas comunitárias vão começar a trabalhar no terreno já a partir de outubro, assegurou.
O psiquiatra Daniel Sampaio, presente nas comemorações, lembrou que 50% das doenças mentais se iniciam na adolescência, que 75% começam antes dos 24 anos e que 10% dos adolescentes têm problemas ligados à saúde mental.
No entanto, dados da Organização Mundial de Saúde, referidos neste encontro, revelam que uma em cada cinco crianças ou adolescentes sofram de perturbação mental e que o suicídio é a segunda causa de morte entre os 15 e os 24 anos.
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