Em comunicado, a Unidade de Saúde Local do São João explica que o linfedema é uma “condição em que o fluido linfático se acumula nos tecidos moles da pele, causando inchaço” e que “isso acontece quando há um desequilíbrio entre a quantidade de fluído produzida e a capacidade do sistema linfático em o transportar”.
Segundo o texto, o linfedema pode ser congénito, presente desde o nascimento, ou ser adquirido após cancro, radioterapia, traumatismos ou infeções.
A mulher em causa, de 71 anos, “já havia experimentado outros tratamentos previamente, tais como um plano de drenagem postural e o uso de manga elástica, mas ainda assim sofria de uma grave limitação motora e de múltiplos episódios de infeção/celulite anuais”.
Neste procedimento, aponta Hospital de S. João, foi usado um dispositivo feito de colagénio, uma proteína natural do corpo, implantado sob a pele através de uma técnica minimamente invasiva.
“Este dispositivo, que surge como uma solução terapêutica inovadora no tratamento do linfedema, foi conectado aos gânglios linfáticos acima da clavícula do mesmo lado do braço afetado. Não só irá ajudar a drenar o fluido acumulado, mas também irá promover a regeneração natural do sistema linfático”, lê-se.
Com o tempo, explica o texto, aquele “dispositivo irá ajudar a criar novos vasos linfáticos saudáveis”, sendo que “pode ser usado sozinho ou em conjunto com outros tratamentos cirúrgicos, como a transferência de gânglios linfáticos, ligações entre vasos linfáticos e veias, ou lipoaspiração, por forma a melhorar os resultados e a reduzir o inchaço do braço afetado”.
Em 2017, salienta o comunicado, foi realizada no Hospital Universitário de São João a primeira transferência de gânglios microvascularizada do pescoço para a mão e, desde então, seguiram-se outros procedimentos cirúrgicos inovadores tais como a reconstrução mamária em simultâneo com transferência de retalho de tecido ganglionar, transferência de gânglios do estômago e ligações entre vasos linfáticos e veias.
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