Em declarações aos jornalistas no parlamento, Hugo Carneiro — que tinha o pelouro financeiro na anterior direção liderada por Rui Rio — confirmou que foi alvo de buscas domiciliárias, quer na residência de Lisboa, quer na do Porto, e que teve o seu telemóvel apreendido, assegurando colaboração total com a investigação, tendo já facultado ‘passwords’ de computadores e ‘pins’ de telemóveis.
“A minha atuação sempre foi pautada pela defesa do interesse público, julgo que é reconhecido que sempre tivemos a preocupação no PSD, quando tinha estas funções, de transmitir o máximo rigor nas contas e situação financeira do PSD”, assegurou o vice-presidente da bancada social-democrata.
Do auto de busca, disse, constam referências a eventuais crimes de peculato, abuso de poder e prática de crimes por titulares de cargos políticos.
O deputado salientou que o processo nasceu de “denúncias anónimas feitas ao Ministério Público” por colaboradores do partido, disse não ter tido para já indícios de que será constituído arguido — para tal será necessário o levantamento da imunidade parlamentar – e assegurou não ter falado com o ex-presidente do PSD, Rui Rio, também alvo de buscas no mesmo processo.
Questionado diretamente se tinha conhecimento de que haveria funcionários do partido pagos com verbas do grupo parlamentar, como noticiou a CNN (que acompanhou as buscas), Hugo Carneiro disse já ter transmitido à comunicação social o que queria dizer por hoje.
“Há muitas coisas que constarão do processo que desconheço, a seu tempo irá desenvolver-se e o que me for questionado, não deixarei de responder”, afirmou, dizendo estar sereno perante esta investigação, uma vez que sempre “defendeu o interesse público”.
Comentários