“Queremos paz, tanto eu como Bolsonaro”, disse Novák ao seu homólogo brasileiro numa declaração conjunta aos media no Palácio do Planalto, a sede do Governo brasileiro.
Novák está em visita oficial ao Brasil numa viagem que inclui paragens no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, e a invasão militar russa da Ucrânia foi uma das questões que discutiu na sua reunião bilateral com Bolsonaro.
A líder húngara disse que é “muito importante que esta guerra termine o mais depressa possível”, a fim de restaurar a paz “tanto na Ucrânia como na Europa”.
“Sabemos que as sanções adotadas não conduzem a qualquer resultado (…) A economia está a deteriorar-se no mundo e existe insegurança alimentar em várias partes do mundo. Estes são os perigos que devemos evitar”, disse.
A Hungria, cujo primeiro-ministro, Viktor Orbán, é considerado aliado do Presidente russo Vladimir Putin na União Europeia (UE), disse no início deste mês que se recusa a aprovar um sétimo pacote de sanções da UE contra Moscovo.
Neste sentido, encorajou o Governo de Bolsonaro, que mantém uma posição neutra e em algumas ocasiões tem sido crítico em relação ao cerco económico de Putin, a usar a sua “influência” diplomática para “erradicar” o conflito.
Pela sua parte, Bolsonaro disse na sua declaração que o Brasil quer a paz e fará “tudo o que for possível” para a alcançar.
Na quinta-feira, Jair Bolsonaro tinha considerado que as sanções económicas dos Estados Unidos e da Europa feitas à Rússia, por causa da invasão à Ucrânia, “não deram certo” e defendeu a linha brasileira “de equilíbrio”.
“As barreiras económicas dos EUA e Europa contra a Rússia não deram certo. A minha linha foi de equilíbrio”, afirmou, segundo a imprensa local, Bolsonaro, em frente ao palácio do Planalto, aos seus apoiantes.
O responsável brasileiro lembrou ainda as boas relações que tem com a Rússia na questão do fornecimento de fertilizantes para o Brasil e ainda na ‘soberania da Amazónia’
“Mais do que negociarmos fertilizantes, [procurei] a segurança alimentar para o mundo e a soberania da nossa Amazónia. É um país que está connosco nesta questão de soberania”, frisou.
O Brasil, um dos principais ‘celeiros do mundo’ e um dos maiores exportadores do mundo de produtos agrícolas, contudo, depende em mais de 80% de importação de fertilizantes, sendo que cerca de 20% destes provem da Rússia e mais de 10% da Bielorrússia.
O Governo brasileiro tem tipo uma abordagem ambigua em relação à Rússia desde que o país lançou a ofensiva militar na Ucrânia.
Dias antes do ataque russo, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reuniu-se com o homólogo russo, Vladimir Putin.
O Brasil não apoia as sanções impostas à Rússia, estando mesmo a encetar esforços para que a venda de fertilizantes russos não seja incluída nas sanções.
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