O objetivo é chegar a um plano até ao fim de março com estes 33 países, representativos dos maiores mercados para a aviação, disse, num ‘webinar’ intitulado “Pandemia, Controlos nas Fronteiras e Viagens Internacionais”, organizado pelo instituto britânico Chatham House.

“Estamos a pedir aos governos para adotarem um plano e terem uma estratégia de reabertura consistente com estratégia de política de vacinação. (…) É possível estabelecer um plano que inclua reduções significativas do risco de infetar população”, afirmou Juniac.

O responsável afirmou que, diariamente, são feitas entre 200 a 300 ajustamentos nacionais às condições de entrada em todo o mundo, pelo que defende uma forma de reduzir a complexidade das medidas.

Uma das estratégias será estabelecer um sistema comum de reconhecimento e certificação de testes de diagnóstico e vacinas contra a covid-19 que possa ser usado por passageiros para viajarem internacionalmente.

A IATA está a desenvolver uma aplicação de telemóvel chamada “IATA Travel Pass”, que pode ser usada como certificativo de teste e vacina, mas admite que existam outras aplicações de telemóvel com o mesmo objetivo.

“Pode haver diferentes aplicações, mas devem ter um padrão único, para serem interoperacionais e serem ligadas ao sistema de reserva das transportadoras”, explicou.

A estratégia foi questionada pela professora universitária Kelley Lee, especialista em ciências médicas, alertando para o risco de criar exclusão e desigualdade entre países, além de ameaçar a resposta à pandemia.

“Do ponto de vista de saúde pública, é importante manter os riscos em baixo. Quando um país que tenta fazer ambos, o lado da saúde pública e o lado económico, tem menos sucesso em controlar o vírus”, disse, no mesmo ‘webinar’.

Lee acredita que a reabertura do tráfego aéreo seja gradual, à medida que a vacinação contra a covid-19 é feita internacionalmente, ilustrando com uma metáfora: “Alguns países vacinados mais rapidamente estarão prontos, mas vão estar vestidos sem poder ir a nenhum lado porque os outros países não vão estar ao mesmo nível”.

David Heymann, investigador do instituto Chatham House e especialista em Saúde Internacional, também se mostrou cético relativamente a este plano.

“Será difícil ter uma recomendação internacional da OMS [Organização Mundial de Saúde] aos certificados de vacinação antes de viajar enquanto houver uma distribuição desigual das vacinas”, justificou.