“A Coordenação Nacional de Emergência da CVP decidiu solicitar auditoria externa permanente às contas relacionadas com a operação de apoio a Moçambique”, adianta a organização num comunicado enviado à agência Lusa.

Para a sua concretização, a Coordenação Nacional de Emergência da CVP apela às empresas acreditadas para este fim que apresentem as suas candidaturas através do e-mail presidente@cruzvermelha.org.pt, adianta a organização num comunicado enviado à agência Lusa.

Em declarações à agência Lusa, Joana Pinheiro, da CVP, adiantou que a auditoria foi pedida por “uma questão de transparência” e para “reduzir ao máximo qualquer tipo de desconfiança” na sequência do que acontecido nos últimos tempos.

“Infelizmente nas últimas catástrofes levantaram-se ondas de desconfiança” em relação à gestão dos bens doados pelos portugueses, disse Joana Pinheiro.

“O que estamos a fazer é abrir este concurso a entidades para que possam fazer a auditoria de tudo aquilo que sejam contas associadas ao apoio a Moçambique”, disse, esperando que a situação fique já pré-estabelecida ao longo do dia.

A responsável pelas Relações Internacionais da CVP para integrar a equipa de especialistas do Serviço de Restabelecimento de Laços Familiares em articulação com o Comité Internacional da Cruz Vermelha encontra-se a caminho da Beira (Moçambique).

Num balanço feito cerca do meio-dia, a CVP adiantou que o montante dos donativos recebidos pela Cruz Vermelha Portuguesa rondava os cerca de 300.000 euros.

Os donativos podem ser efetuados para o IBAN PT50 0010 0000 3631 9110 0017 4, através do multibanco, entidade 20 999, referência 999 999 999 ou online no site www.cruzvermelha.pt

Joana Pinheiro adiantou que a organização esteve hoje de manhã no aeroporto de Figo Maduro a colocar materiais, nomeadamente o hospital de campanha da CVP, para envio para Moçambique no voo militar do C-130 que parte às 22:00 de hoje.

O hospital de campanha integra uma equipa de 15 médicos e enfermeiros que estão de “prontidão absoluta para embarcar para Moçambique”, adiantou.

Em simultâneo, a CVP está a organizar o envio de cinco toneladas de alimentos e produtos de higiene que já foram doados.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou mais de 350 mortos, segundo balanços provisórios.

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil “estão em situação de risco”, tendo decretado o estado de emergência nacional.

O primeiro de dois aviões C-130 da Força Aérea Portuguesa, com uma Força de Reação Imediata constituída por 25 fuzileiros, 10 elementos do Exército, três da Força Aérea e dois da GNR (equipa cinotécnica), é esperado hoje na Beira, para apoiar as operações de busca e salvamento.

O Governo português anunciou que 30 cidadãos nacionais residentes na Beira estavam por localizar na quarta-feira.

A Cruz Vermelha Internacional indicou que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas na Beira, considerando que se trata da “pior crise” do género em Moçambique.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 100 mortos e centenas de desaparecidos, enquanto no Maláui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.

Os donativos internacionais para ajuda de emergência atribuídos desde segunda-feira aos três países afetados pelo ciclone Idai ascendem já a pelo menos 52,5 milhões de euros.

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