“Expressamos preocupação pela repressão violenta, por parte do Governo, e pedimos para que a detenha. Inteligente seria que o Governo permita as manifestações, mas principalmente que resolva os problemas”, disse Jorge Urosa Savino, em conferência de imprensa, em Caracas.
O pedido da Igreja Católica surgiu no mesmo dia em que grupos de “coletivos” entraram na basílica de Santa Teresa e intimidaram centenas de pessoas que veneravam o Nazareno de São Paulo, uma tradição que assinala a Semana Santa no país.
Urosa Savino defendeu que o Governo deve acabar com os “coletivos”: “Esses grupos de civis armados que são ilegais, que cometem delitos, que atuam com muita impunidade e que o Governo [do Presidente Nicolás Maduro] não pode continuar a proteger”.
O arcebispo sublinhou que o Vaticano acompanha permanentemente o que acontece na Venezuela.
O reitor da Universidade Católica Andrés Bello, Francisco José Virtuoso, afirmou que a instituição académica “não deve, nem pode permanecer calada perante a violação de direitos humanos e impunidade na Venezuela”.
“Protestar não é um delito, é um direito humano que deve ser respeitado e garantido pelo Estado, como estabelece a Constituição”, sublinhou o reitor, na mesma conferência de imprensa.
Os venezuelanos querem que o Governo reconheça plenamente o parlamento e restitua todas as suas funções, que convoque eleições regionais e municipais, como previsto na Constituição e com plenas garantias, afirmou.
Francisco José Vitorino defendeu também que as autoridades venezuelanas devem anular a decisão que proíbe o governador e ex-candidato da oposição Henrique Capriles de exercer cargos públicos durante os próximos 15 anos.
O reitor acrescentou que o Governo deve libertar os presos políticos e ter em conta a grave “rutura da ordem constitucional”, denunciada pela procuradora-geral da República, Luísa Ortega Diaz, das duas sentenças do Supremo Tribunal venezuelano.
As sentenças, emitidas a 30 de março pelo Supremo, limitavam a imunidade parlamentar e atribuíam àquele tribunal os poderes do parlamento, atualmente controlado pelos opositores ao Governo de Maduro.
Um dia depois, Nicolas Maduro convocou um conselho de segurança e pediu ao tribunal para rever as decisões, levando o Supremo a anunciar a anulação da sentença de assumir os poderes legislativos da Assembleia Nacional (parlamento).
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