“Tentámos, ao máximo, manter e enaltecer a memória deste antigo templo, como se comprova pela preservação meticulosa dos testemunhos iniciais, designadamente os azulejos e os frescos ornamentais”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal, Manuel Machado.
Congratulando-se com a abertura do procedimento de classificação do monumento, salientou que a recuperação do imóvel, propriedade da autarquia, foi iniciada em 2015, de acordo com um projeto do arquiteto Gonçalo Byrne.
Manuel Machado disse que a obra custou 2,1 milhões de euros, mas “está prevista uma comparticipação financeira” comunitária de 425 mil euros, no âmbito do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
“Era então um imóvel em ruínas, profundamente degradado devido aos usos industriais que acolheu. Na altura, quem olhasse para a antiga igreja do Convento São Francisco, julgá-la-ia perdida para sempre”, afirmou o autarca do PS.
A Câmara de Coimbra reabilitou o monumento, “devolvendo à cidade um espaço magnífico, esplendoroso, capaz de acolher ao melhor nível eventos de pequena, média e grande dimensão”, sublinhou.
Entre as iniciativas que a Câmara Municipal lá realizou, Manuel Machado recordou a receção ao presidente grego, Prokopios Pavlopoulos, acolhido em Coimbra pelo homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito da visita oficial que o chefe da República Helénica efetuou a Portugal, em finais de janeiro, em que atuou o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.
A abertura do procedimento de classificação da igreja do Convento de São Francisco, no Rossio de Santa Clara, território da União das Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas, foi hoje divulgada no DR pela diretora-geral do Património Cultural, Paula Silva, que assinou em 10 de abril o despacho com esse objetivo.
“O bem imóvel em vias de classificação e os localizados na zona geral de proteção (50 metros contados a partir dos seus limites externos) ficam abrangidos pelas disposições legais em vigor” para estas situações, segundo Paula Silva.
Os interessados poderão “reclamar ou interpor recurso hierárquico do ato que decide a abertura do procedimento”, nos termos e condições estabelecidos no Código do Procedimento Administrativo, “sem prejuízo da possibilidade de impugnação contenciosa”.
A igreja e o Convento de São Francisco foram construídos, no início do século XVII, durante a dinastia dos Filipes de Espanha, segundo o estilo maneirista seguido na época na cidade de Coimbra.
A Ordem de São Francisco utilizou o edifício de 1609 até à extinção das ordens religiosas, no século XIX, na sequência da revolução liberal de 1820.
Em 2016, após obras em que a Câmara gastou cerca de 42 milhões de euros, o Convento de São Francisco reabriu ao público como centro de congressos e espaço cultural.
Comentários