Citado pela Agência ECCLESIA, o responsável pela Comissão Ecuménica Diocesana do Porto, padre Henrique Melo, afirmou que a iniciativa de “repúdio contra a violência doméstica” foi uma “decisão dos hierarcas, todos juntos”, que se vai concretizar numa oração comum nas missas e celebrações desse dia, durante a semana anual dedicada à Unidade dos Cristãos.
“Queremos associar-nos com a nossa oração, com a nossa sensibilidade, das nossas comunidades, para ver se contribuímos de alguma forma para que isso se resolva. Há de ter a sua importância na sensibilização, na educação, é essa a intenção”, explicou o padre.
Segundo o sacerdote, as igrejas cristãs que integram o movimento ecuménico no Porto querem unir-se “numa oração comum ao mesmo Deus”, num sinal de comunhão e “contra um problema que é evidente na sociedade” como a violência doméstica.
Para o padre Henrique Melo, “é muito importante que as igrejas cristãs se unam não só por motivos religiosos, mas também por motivos que defendem valores”, argumentando “partilharem valores” e “não só a fé”.
A oração comum vai ser lida nas igrejas cristãs, sendo classificada pelo sacerdote como “uma oração comprometida”, uma vez que a violência doméstica “se manifesta de múltiplas formas”, inclusive nas famílias cristãs.
"Dentro da semana em que rezamos pela unidade de todos os cristãos, pedimos ao nosso Deus que proteja todas as famílias da violência doméstica e ampare aquelas que vivem este sofrimento dentro de suas portas", começa a oração.
Em 2019 houve mais de 30 mortes por violência doméstica, em Portugal, e esta oração conjunta na Semana de Unidade pela Oração dos Cristãos 2020 foi anunciada pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda, através da sua conta oficial na rede social Twitter.
"As Igrejas Cristãs do movimento ecuménico do Porto - Lusitana, Anglicana, Metodista, Luterana, Ortodoxa de Moscovo e Ortodoxa de Kiev - combinaram comigo um gesto de repúdio da violência doméstica: uma oração, a 19/01, início da Semana da Unidade dos Cristãos", lê-se numa publicação do bispo de 03 de janeiro.
Numa carta enviada por Manuel Linda aos sacerdotes da diocese, citada no semanário da diocese Voz Portucalense, o bispo pede que "em todas as missas de preceito (incluindo as vespertinas do dia 18), depois da Comunhão, um Leitor, devidamente preparado, vá ao ambão fazer a oração em nome de toda a assembleia".
"Se lhe parecer oportuno, na homilia desse mesmo dia, trate esse assunto da violência doméstica, desenvolvendo, rapidamente, ideias tais como: o projeto de Deus para a humanidade é de fraternidade; muito mais a nível da família, como que 'ícone' da vida trinitária divina; por isso, a falha ou falta de colaboração nesse projeto é grave; a violência deixa marcas indeléveis na mente dos filhos; o cristão, que não o é só de nome, tem de dar especial testemunho de unidade familiar; por isso, que o dia de hoje constitua como que o início de uma nova mentalidade", apela aos sacerdotes.
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