Em comunicado, a IL começa por afirmar que o discurso das comemorações do 05 de Outubro do Presidente da República “representa um diagnóstico globalmente correto da atual situação do país”, na medida em que “é urgente, de facto, abrir um novo ciclo económico” e promover a criação de riqueza.
O partido também concorda com a necessidade de “alertas” sobre a necessidade de “transparência e a correta alocação de recursos” dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Porém, a IL considera que “o discurso do senhor Presidente da República é francamente insuficiente”.
“Não podemos ficar apenas pelo diagnóstico inconsequente. É fundamental abrir caminhos de ação política”, sublinha o partido de João Cotrim Figueiredo.
Segundo a IL, “não é possível” continuar a imputar “o atraso do país apenas a razões históricas mais ou menos longínquas”.
“Mais uma vez, o político pragmático, preocupado com a sua popularidade, impôs a sua vontade sobre a do analista que identifica os problemas com lucidez”, critica o partido.
“O país precisa de uma mudança urgente de políticas. De abrir o tal novo ciclo que o senhor Presidente da República identifica, mas não concretiza e para o qual acaba por não estabelecer qualquer meta ou compromisso para o Governo”, frisa a IL.
Para o partido de Cotrim Figueiredo, “só políticas liberais que invertam a dependência da sociedade civil do Estado, que valorizem a iniciativa privada e o dinamismo económico, que devolvam aos cidadãos liberdade de escolha e autonomia, serão capazes de assegurar um novo ciclo de crescimento”.
O Presidente da República pediu hoje que se faça do 05 de Outubro uma data viva, com um Portugal mais inclusivo e que entre a tempo no “novo ciclo da criação de riqueza”, aproveitando os fundos europeus.
Marcelo Rebelo de Sousa discursava na cerimónia comemorativa do 111.º aniversário da Implantação da República, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa.
“Queremos um 05 de Outubro data viva, então criemos um Portugal mais inclusivo, até porque o Portugal que somos nunca vencerá os desafios da entrada a tempo no novo ciclo económico e da multiplicação do conhecimento com dois milhões de pobres e alguns mais em risco de pobreza”, declarou o chefe de Estado.
Depois, o Presidente da República apelou para que “Portugal por uma vez entre a tempo — isto é, nos primeiros, e não no meio e menos ainda nos últimos — num novo ciclo económico do clima, energia, digital, ciência, tecnologia e renovado tecido produtivo”.
“E dispondo de meios de financiamento adicionais, a serem usados com rigor, eficácia e transparência”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa advertiu que, “desta vez, falhar a entrada a tempo é perder, sem apelo nem agravo, uma oportunidade que pode não voltar mais”.
“Portugueses, este 05 de Outubro de 2021 terá mesmo sentido para todos nós se for uma data viva. Uma data viva quer dizer um Portugal inclusivo e, por isso, mais justo. Uma data viva quer dizer um Portugal capaz de não perder o novo ciclo da criação de riqueza — e porque mais rico mais inclusivo e mais justo. Uma data viva quer dizer um Portugal mais conhecedor, mais qualificado, mais culto — e por isso mais rico, mais inclusivo e mais justo”, reforçou, no final do seu discurso.
O Presidente da República acrescentou que, “superada a pandemia” de covid-19, Portugal tem “nos anos próximos uma ocasião única e irrepetível de reconstruir destinos, de refazer esperanças, de renovar sonhos”.
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