No último debate televisivo de Rui Tavares (Livre), no âmbito da pré-campanha para as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, a crise climática foi o tema de partida para o frente a frente transmitido pela SIC-Notícias.

O candidato do Livre às legislativas e cabeça de lista por Lisboa sublinhou que o seu partido defende “uma forma diferente de olhar para o desenvolvimento”.

“Queremos um país em que ninguém esteja abaixo do limiar da dignidade”, defendeu, alertando para a questão da emergência climática, termo que desagrada ao adversário no debate.

João Cotrim de Figueiredo, presidente da Iniciativa Liberal (IL), alertou para a necessidade de recursos que Portugal não dispõe em 2022.

“Há 20 anos teríamos mais pontos de convergência”, sublinhou, criticando o alarmismo que alguns partidos dão à emergência climática e que, na sua opinião, contribuem para “uma campanha despudorada contra a economia de mercado”, a qual recusa.

Rui Tavares esclareceu que “a crise ecológica é real” e que até pode ser “uma oportunidade” para “a transformação económica” de Portugal.

Cotrim respondeu, defendendo que “só fazendo a economia crescer é que é possível dar respostas às necessidades de correção dos desequilíbrios ambientais”.

E acrescentou: “A transição climática é cara e os processos de descarbonização são caros, são precisos recursos”.

Alegou que em Portugal o salário médio é de 1.300 euros, metade dos quais vão para o Estado, em impostos.

“Esta não é uma sociedade que se possa desenvolver”, afirmou, considerando que, “a menos que se advogue um homem novo, uma qualquer utopia, não é lícito que as pessoas façam pelo planeta aquilo que os estilos certos da economia podem fazer”.

A propósito da emigração dos jovens portugueses, os candidatos quase que pareciam estar de acordo. Cotrim lembrou que estes procuram países liberais, como a Holanda, Irlanda, Reino Unido, e Tavares enumerou Estados com sindicatos fortes e contratação coletiva e trabalhadores representados nas administrações das empresas, como a Alemanha e a Dinamarca.

Rui Tavares defendeu uma reforma da taxação em Portugal, nomeadamente a sua simplificação, com baixa do IVA, e João Cotrim de Figueiredo alegou que o desagravamento fiscal no IRS é “a maneira mais rápida, mais direta e indutora de crescimento para subir salários”.

Sobre o facto de a IL ter retirado do seu programa eleitoral o custeamento dos estudantes do ensino superior dos seus cursos, Cotrim referiu que esta medida – defendida em 2019 – estava baseada numa possibilidade de pagamento, que os salários em Portugal não justificam.

“É uma ideia com mérito, que poderemos lá voltar”, avançou.

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