“O que nós defendemos é que, neste momento, qualquer euro que seja investido na TAP seja sujeito a escrutínio no Parlamento, que a privatização seja preparada de imediato de uma forma responsável para não prejudicar os interesses dos contribuintes e que o processo de nacionalização ocorrido desde 2020 seja sujeito a uma auditoria do Tribunal de Contas”, afirmou João Cotrim Figueiredo.
O Tribunal de Contas pode realizar auditorias a empresas públicas a pedido do Governo ou da Assembleia da República, ou por iniciativa própria.
Durante uma ação de campanha no Aeroporto de Lisboa, o liberal distribuiu cheques fictícios no montante de 1.200 euros à ordem da TAP, explicando que aquele valor é o que uma família portuguesa de três pessoas paga do seu bolso para a TAP não falir, valor completamente “imoral”.
“Este é o cheque que cada família portuguesa vai entregar à TAP para compensar aquilo que vai ser enterrado na companhia nos próximos anos”, sublinhou.
Apontando críticas ao governo do PS, nomeadamente ao ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, Cotrim Figueiredo considerou que o Estado deveria ter uma estratégia de saída da TAP, seja através do mercado de capitais, seja através de parceiros de negócio.
Dizendo que não poderia ter entrado numa aventura destas “sem qualquer noção”, o liberal sublinhou, contudo, ser “típico” da forma como Pedro Nuno Santos olha para estes problemas.
“Atira-se com enorme confiança, batendo no peito, mas não faz ideia do que está a fazer e acaba por gerar este problema enorme aos contribuintes portugueses”, afirmou.
As culpas não ficaram só por Pedro Nuno Santos, mas estenderam-se a António Costa que, na opinião do liberal, deve um pedido de desculpa aos portugueses porque tem “usado e abusado das incorreções e das mentiras” nesta campanha, nomeadamente quanto à TAP.
Cotrim Figueiredo classificou de “absolutamente inaceitável” o montante de apoios atribuídos à TAP e “desproporcionado” ao estado da economia portuguesa e em relação a todas as outras empresas que precisaram de apoio durante a pandemia de covid-19.
“Para terem uma ideia, o que está investido na TAP já é cerca de metade daquilo que foi dado a todas as empresas que se candidataram ao `lay-off´ simplificado no ano de 2020”, reforçou.
E acrescentou: “se compararmos o que vai acabar por ser investido na TAP, acreditando nos 3,2 mil milhões, serão cerca de 60% de toda a coleta do IRC em Portugal, ou seja, 60% do que é cobrado em imposto a todas as empresas acaba investido numa única empresa”.
O argumento da soberania nacional não colhe na visão do liberal que recordou que, durante a pandemia, muitos portugueses ficaram impedidos de voltar a Portugal e não foi a TAP que os foi buscar.
Já o fundamento da defesa dos atuais postos de trabalho, Cotrim Figueiredo assumiu não ter dúvidas de que defender estes empregos hoje “vai custar muitos mais” à economia portuguesa no futuro.
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