Segundo confirmou à Lusa fonte do gabinete de comunicação da CP, verificaram-se hoje “24 supressões na Linha de Sintra, relacionadas com excesso de imobilizações do material circulante”.
Na segunda-feira, “pelo mesmo motivo, ocorreram também cerca de 20 supressões” de comboios na linha ferroviária entre Lisboa e Sintra, acrescentou a mesma fonte oficial.
“A CP e a EMEF [Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário] estão a trabalhar para que, no mais breve espaço de tempo possível, sejam repostos os níveis de disponibilidade do material circulante, o que deverá ocorrer nos próximos dias”, frisou a responsável da transportadora.
A supressão de comboios ao longo do dia, com maior impacto durante as horas de ponta, provocando elevada concentração de utentes nas estações ao longo da linha, resultou da necessidade de imobilizações “para reparação ou para manutenção” do material circulante, explicou.
As supressões motivaram queixas dos utentes, pelos atrasos, mas também pelo calor dentro das composições lotadas, o que contribui para um desconforto acrescido nas ligações suburbanas de Lisboa.
Em relação “aos problemas reportados com ar condicionado destes comboios, a CP fará a verificação dos veículos envolvidos”, assegurou a fonte da empresa.
De acordo com dados da CP, “na Linha de Sintra circulam diariamente mais de 400 comboios por dia útil” e os níveis de regularidade nesta linha, até ao final de abril, “foram de 98,3%, traduzindo uma melhoria” relativamente a 2018, na “ordem dos 96%”.
“A CP continuará a desenvolver todos os esforços para continuar a melhorar estes indicadores, apesar dos constrangimentos associados ao parque de material circulante que, por vezes, obrigam à supressão de comboios, como se verificou nos últimos dois dias”, concluiu a mesma fonte.
A Comissão de Utentes da Linha de Sintra (CULS) lançou, em março passado, um abaixo-assinado em defesa da melhoria do serviço ferroviário, reclamando o reforço de meios humanos e de material circulante.
No abaixo-assinado, “por um serviço público de qualidade na Linha de Sintra”, refere-se que os utentes “constatam diariamente a degradação do serviço ferroviário, sendo os atrasos constantes e as supressões de comboios sistemáticas”.
Perante a degradação do serviço prestado, os utentes exigem “o fim das supressões e atrasos sistemáticos, repondo um nível de oferta superior ao atual em pelo menos mais 10%, e articulando o transporte ferroviário com os restantes meios da Área Metropolitana de Lisboa”.
No documento também se reclamava a “contratação imediata dos trabalhadores necessários” para dotar a EMEF da “capacidade de resposta à reparação e manutenção do material circulante da CP” e as estações da Linha de Sintra “do pessoal necessário à abertura das bilheteiras e postos de informação”.
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