A iniciativa de criar uma frente comum para desarmar a hostil retórica de Trump, liderada pelo histórico diário The Boston Globe, juntou mais de 100 jornais do país, incluindo grandes títulos como The Houston Chronicle, Minneapolis Star Tribune, Miami Herald e Denver Post.

Numa carta enviada a centenas de publicações norte-americanas, o Globe propôs que publicassem esta quinta-feira um editorial “sobre os perigos do ataque do Governo à imprensa” e pedissem a outras que se comprometessem a publicar os seus próprios editoriais na mesma data, em defesa da liberdade de expressão, protegida nos Estados Unidos pela primeira emenda da Constituição.

A editora-adjunta da página editorial do Boston Globe, Marjorie Pritchard, disse ao canal televisivo CNN que “a resposta foi avassaladora” e que, embora inclua alguns grandes jornais, a maioria é de mercados mais pequenos.

Esta resposta conjunta chega uma semana depois de Trump ter insistido mais uma vez em diabolizar a imprensa norte-americana.

“As [empresas de] notícias falsas odeiam que eu diga que são o Inimigo do Povo só porque sabem que é VERDADE. Eu estou a prestar um grande serviço ao explicar isto ao povo americano”, escreveu o chefe de Estado na sua conta da rede social Twitter.

“[Os "media"] causam grande divisão e desconfiança de propósito. Também podem causar uma guerra! São muito perigosos e doentes!”, acrescentou.

As constantes referências ofensivas de Trump à imprensa despertaram preocupação em várias organizações internacionais, como a ONU e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que expressaram numa declaração conjunta o seu desconcerto e alertaram para o perigo que tais críticas representam.

Numa altura em que vários jornalistas receberam já ameaças de morte, também alguns especialistas afirmaram recear que eles “possam sofrer atos de violência” devido aos comentários negativos que Trump emite sobre a forma como trabalham.

Por sua vez, o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, sustentou que as agressões verbais do Presidente norte-americano “se estão a aproximar muito da incitação à violência”.

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