O PS venceu as eleições legislativas de domingo com maioria absoluta com 41,6% e 117 deputados, segundo os resultados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
A agência de notícias espanhola Efe escreveu que o PS “consolidou este domingo o seu domínio em Portugal”, tendo ainda salientado que “nenhuma das sondagens das últimas semanas mostrou sequer um resultado semelhante, nem sequer acertaram na taxa da abstenção”.
Em França, o Le Monde abordou também a “clara vitória” dos socialistas, assim como o crescimento do Chega, que elegeu 12 deputados, notando a existência de um grupo parlamentar de extrema-direita “pela primeira vez desde a queda da ditadura, em 1974”.
A agência France-Presse (AFP) assinalou, de igual forma, que o primeiro-ministro “obteve uma improvável maioria absoluta numa votação que também assistiu a um avanço por parte da extrema-direita”.
Os britânicos The Guardian e o económico Financial Times destacaram a “surpreendente maioria absoluta”, sublinhando a “adesão mais alta que o esperado apesar da pandemia da covid-19”, enquanto o Politico falou numa “vitória estonteante”.
Em Itália, o Corriere Della Sera escreveu que Costa “ganhou a aposta” e que o primeiro-ministro “vai para um ‘hat-trick’”, e regista que, “preocupantemente, a extrema-direita saltou de um” para mais de dez deputados.
Também o jornal alemão Suddeutsche Zeitung destaca a vitória do PS de António Costa, assim como a “desilusão” na “noite eleitoral de Rui Rio”.
No Brasil, O Globo enalteceu a “vitória contundente” do PS, com um resultado maior “que o previsto nas pesquisas pré-eleitorais”.
Imprensa espanhola destaca “histórica” maioria absoluta do PS
A vitória “histórica” com uma maioria absoluta do PS em Portugal tem lugar de destaque em toda a imprensa espanhola, que mesmo assim escolheu como notícia principal a vitória do tenista Rafael Nadal no Open da Austrália.
“O socialista António Costa consegue uma maioria absoluta histórica em Portugal”, noticia o jornal de referência El País, acrescentando que os eleitores “castigaram” os parceiros minoritários da 'geringonça' e tornaram a extrema-direita a terceira força parlamentar no país.
A correspondente em Lisboa afirma que a maioria absoluta pode ser considerada “histórica” num país que não é dado a vitórias rotundas de um único partido, sendo a segunda vez que os socialistas conseguem ganhar mais de 116 lugares, a barreira de uma maioria absoluta num parlamento que tem 230.
Por seu lado, o El Mundo titula que Costa “poderá governar em Portugal sem o lastre da coligação”, considerando tratar-se também de uma vitória por maioria absoluta “histórica” que vai possibilitar governar “sem oposição interna”.
O enviado especial do jornal a Lisboa explica que o líder socialista conseguiu “eliminar” os seus rivais do Bloco de Esquerda e será o primeiro-ministro com maior longevidade da democracia lusa.
“Portugal volta a confiar-se ao socialismo, que alcança a maioria absoluta”, é o título da notícia no ABC que sublinha “o fracasso dos conservadores do PSD na sua tentativa de desalojar António Costa”
O correspondente em Lisboa do jornal constata que “não houve sobressalto político”, tendo a grande surpresa sido o aparecimento do Chega, um partido semelhante ao espanhol Vox, que ficou em terceiro lugar com 7,1%, um resultado que “superou claramente” os comunistas e o Bloco de Esquerda.
“Mais uma vez, o grande perdedor das eleições foi sem dúvida Rui Rio [líder do PSD], que não conseguiu estabelecer-se como uma alternativa credível ao primeiro-ministro, António Costa”, considera ainda o jornalista.
Para o jornal La Vanguardia, da Catalunha, “António Costa constrói a sua lenda”, tendo conseguido “tocar no teto” quando parecia que estava “contra as cordas”.
O jornalista explica que António Costa alcançou o seu melhor resultado eleitoral de sempre, conseguiu outro mandato, o que fará dele o militante do seu partido com mais tempo a liderar o Governo, em comparação com os quatro anos de Mário Soares e os seis anos do próprio Costa, António Guterres e José Sócrates.
La Razón noticia que “o socialista António Costa volta a ganhar as eleições em Portugal”, com o “conservador” PSD em segundo lugar e o Chega a irromper como terceira força política.
O digital El Confidencial afirma que Portugal “reconhece o mérito” de António Costa que ganha “a sua desejada maioria absoluta”, tendo conseguido uma maioria “histórica”.
“António Costa, o indestrutível socialista que conseguiu unir a esquerda em Portugal”, é o título do também digital El Español, acrescentando que António Costa é “um fã dos puzzles”, gostando deles “complicados” e com “milhares de peças”, que junta com tempo e muita paciência e dedicação.
Talvez devido a isso, em 2015, assumiu uma coisa que poucos acreditavam poder completar com sucesso: a aliança das esquerdas, o governo sem precedentes em Portugal que colocou o PS à frente do Governo, apoiado pelo Partido Comunista (PCP), o Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Ecologista os Verdes (PEV).
O PS alcançou então, no domingo, a maioria absoluta e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.
Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando faltam atribuir apenas os quatro mandatos dos dois círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.
O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 eleitos, a Iniciativa Liberal (IL) em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco eleitos.
A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado no parlamento, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer deputado.
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