"A identificação formal está ainda por apurar, mas os detetives acreditam que [o terceiro atacante] é Youssef Zaghba, de 22 anos, do leste de Londres. A família do falecido [abatido pelas autoridades na noite do ataque] foi informada", adianta a Metropolitan Police em comunicado.
O jornal italiano Corriere della Sera já tinha avançado esta manhã que o terceiro atacante de Londres se chamava Youssef Zaghba, filho de pai marroquino e mãe italiana. A polícia, que num primeiro momento se escusou a confirmar a informação, revela agora o nome e a fotografia do visado (à direita na foto), e diz "acreditar que se trata de um cidadão italiano de descendência marroquina" que "não era um sujeito de interesse para a polícia ou para o MI5 [serviços secretos britânicos].
Segundo o jornal italiano, Youssef Zaghba terá sido travado pelas autoridades italianas no aeroporto de Bolonha, em 2016, quando tentava chegar à Síria, via Turquia. Detalha o jornal que o suspeito nasceu em Fez, Marrocos, em 1995.
A Reuters, por sua vez, escreve que a informação avançada pelo diário italiano foi confirmada à agência por uma fonte dos serviços secretos italianos e detalha que a mãe de Zaghba vive no norte da cidade de Bolonha e quebrou relações com o pai do visado.
Depois de viverem juntos em Marrocos, os pais de Zaghba separaram-se e a mãe regressou a Itália, escreve o Corriere della Sera. Zaghba visitou várias vezes a mãe em Bolonha e em março de 2016, depois de ser travado no aeroporto de Bolonha, foi investigado por suspeitas de envolvimento em atividades terroristas. Apesar de libertado, Zaghba foi colocado numa lista de pessoas consideradas "de risco" e as autoridades britânicas e marroquinas foram informadas das suas movimentações.
Este terceiro nome surge depois da polícia do Reino Unido ter revelado ontem os rostos e os nomes de dois dos atacantes - Khuram Butt e Rachid Redouane - que atropelaram várias pessoas no último sábado, 3 de junho, na Ponte de Londres e que esfaquearam outras tantas ao abandonarem a viatura, em Borough Market. No total, sete pessoas perderam a vida e 48 ficaram feridas.
Butt, de 27 anos, nascido no Paquistão, era já conhecido das autoridades e do MI5. “No entanto, não há nenhuma prova que sugira que o ataque tenha sido planeado”, informou a polícia.
Já Rachid Redouane, de 30 anos, que também é conhecido pelo nome de Rachid Elkhdar, não era conhecido pelas autoridades. A sua nacionalidade ainda não é oficialmente conhecida com os media locais a dividirem-se entre Marrocos e Líbia como o país de origem de Redouane.
As autoridades estão a pedir às pessoas que partilhem com a polícia qualquer informação relevante relativa aos suspeitos, estando particularmente interessada em saber os sítios que frequentaram e sobre os seus movimentos nos dias e horas que antecederam o ataque de sábado.
Esta manhã, 6 de junho, as autoridades levaram a cabo rusgas no bairro de Barking e detiveram um homem de 27 anos. Até ao momento tinham sido detidas 12 pessoas, todas libertadas esta segunda-feira, 5 de junho. Barking, na zona leste de Londres, é o bairro de onde eram originários dois dos três autores do atentado cometido no sábado à noite, Khuram Shazad Butt e Rachid Redouane.
O Reino Unido fez esta terça-feira, 6 de junho, um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. A homenagem teve lugar às 11h00 (mesma hora em Lisboa) , ao toque do icónico Big Ben. O presidente da câmara de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, encabeçou a concentração em London Bridge, onde ocorreu o ataque e onde, apesar da forte chuva, se juntaram centenas de pessoas.
O ataque de sábado foi o terceiro no país em apenas três meses. Este incidente deixa o Reino Unido novamente em alerta, depois de a 22 de maio, na cidade de Manchester, um britânico de origem líbia de 22 anos, se ter feito explodir à saída de um concerto da artista norte-americana Ariana Grande, matando 22 pessoas e ferindo 75 outras, muitas das quais crianças e jovens. O atentado, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, foi o mais mortífero no Reino Unido desde os ataques aos transportes de Londres em 2005, que causaram 52 mortos.
Também em 2017, a 22 de março, um homem numa viatura varreu dezenas de pessoas na ponte de Westminster, esfaqueado posteriormente um agente policial que estava de serviço nas imediações do Parlamento. Cinco pessoas morreram na sequência do ataque.
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