Visivelmente emocionado, jurou "fé sincera e fidelidade ao Paquistão" e prometeu trabalhar "no interesse da soberania e pela integridade, solidaridade, bem-estar e prosperidade do país". A cerimonia de posse foi realizada no palácio presidencial perante as principais autoridades civis e militares do Paquistão, dignitários estrangeiros e  diplomáticos.

Também estiveram presentes todos os jogadores de críquete paquistaneses campeões do mundo em 1992, quando Imran Khan era capitão da equipa, alguns jogadores indianos especialmente convidados para a ocasião e vários artistas.

A nova primeira-dama, Bushra Bibi, coberta por um niqab branco que só deixava ver os olhos, fez sua primeira aparição pública desde seu casamento no início de 2018.

Khan foi eleito pelo parlamento na sexta-feira depois do seu partido ter vencido as eleições legislativas de 25 de julho. Com 65 anos, era o grande favorito face ao seu único adversário, Shahbaz Sharif, irmão do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif.  O ex-jogador de críquete obteve 176 votos, quatro a mais que os que precisava para ser eleito.

O Movimento pela Justiça (PTI), o partido de Khan, venceu as legislativas, mas não conseguiu a maioria absoluta. Desde então, dirigentes do PTI negociavam com outras formações e deputados independentes para formar um governo de coligação.

Shahbaz Sharif, chefe das fileiras da Liga Muçulmana do Paquistão (PML), não dispunha praticamente de qualquer possibilidade para ser eleito.

Alguns analistas descreveram a campanha das legislativas como uma das mais "sujas" da história do país pelas supostas manipulações em benefício de Khan realizadas pelo exército paquistanês, ator protagonista da política deste país, com vários golpes de Estado.

Também foi marcada pela presença crescente de partidos islamitas radicais e pelas acusações de fraude eleitoral.

A vitória de Khan põe ponto final a uma década em que o PML-N e o Partido do Povo Paquistão (PPP) se alternaram no poder.

O Paquistão, país com mais de 200 milhões de pessoas, nascido da divisão da Índia colonial britânica e que esta semana completou 71 anos, foi dirigido pelo exército durante quase metade de sua complexa história.

O ex-campeão de críquete prometeu um "novo Paquistão" e se comprometeu a lutar contra a corrupção e a pobreza.

O PTI já presidiu um governo provincial na região em Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país, que é seu principal feudo eleitoral. Também fez parte de um governo de coligação na província do Baluquistão, no sudoeste do Paquistão.

Khan é idolatrado por milhões de paquistaneses por seu passado como estrela da seleção de críquete, o desporto nacional, que foi campeã do mundo em 1992.  Fora seu passado desportivo, Khan é conhecido agora como "Trump paquistanês" pelo seu estilo populista e as suas propostas conservadoras.