Num ‘briefing’ realizado em Monchique, no distrito de Faro, a 2.ª comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, informou que durante a noite foi possível “fazer bons progressos” no combate, estando as operações “mais estabilizadas no terreno” comparativamente à tarde de terça-feira.

O número de feridos deste fogo rural, que deflagrou na sexta-feira no concelho de Monchique e lavra também em Silves e Portimão, subiu para 32, um dos quais em estado grave, que se encontra em Lisboa.

Das 230 pessoas deslocadas apenas se mantém 181, tendo as restantes ido para casa de familiares ou regressado ao país de origem (estrangeiros).

No que diz respeito à previsão meteorológica para o dia de hoje, as temperaturas vão rondar os 24/25 graus e a humidade relativa pode chegar aos 50%. O vento, que continua a dificultar as operações, rondará os 35 - 40 km/h.

A prioridade ao longo do dia de hoje é "consolidar" o trabalho realizado até ao momento, sendo que é expectável que existam reativações da parte da tarde.

Patrícia Gaspar referiu que as zonas mais críticas são a Fóia, na frente oeste do incêndio, e Silves, a leste do concelho de Monchique.

Pelas 10h29, segundo o site da Proteção Civil, estavam no terreno 1427 operacionais, apoiados por 447 viaturas e 9 meios aéreos.

Incêndios: Fogo de Monchique já destruiu mais de 21.300

O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Monchique já destruiu mais de 21.300 hectares, metade da área ardida na região em 2003, segundo o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais (EFFIS).

De acordo com os dados europeus, no incêndio que começou em Perna da Negra (Monchique) arderam até hoje 21.305 hectares, metade dos 41 mil que o fogo tinha destruído na mesma região em 2003 nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.

O fogo de Monchique já destruiu quatro vezes mais do que a área ardida este ano até 15 de julho (5.327 hectares).

O maior incêndio em termos de área ardida que este ano se tinha verificado até à semana passada em território nacional foi o da Guarda, em fevereiro, que queimou 86 hectares.

No ano passado, as chamas destruíram mais de 440 mil hectares, o pior ano de sempre em Portugal, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Quanto aos maiores incêndios em termos de área ardida no ano passado, no topo da lista aparece o que teve origem no dia 15 de outubro, em Seia/Sandomil, no distrito da Guarda, que destruiu 43.191 hectares.
Os incêndios do ano passado fizeram mais de uma centena de vítimas mortais, milhares de hectares de floresta destruída e milhões de euros de prejuízos.