“No que respeita à reposição dos Serviços de Comunicações pós incêndios 2017, voltamos a reforçar que 100% da rede de comunicações está reconstruída e a totalidade dos Concelhos afetados tem mais de 99,2% das suas comunicações repostas”, refere a Altice em comunicado.
Segundo a empresa, mais de 1.000 quilómetros de rede de cobre foram substituídos por fibra ótica, em mais de 30 concelhos dos distritos de Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Viseu e Leiria.
“A maioria destes concelhos ficará com cobertura de fibra superior a 50%, permitindo que as populações tenham acesso a mais e melhores serviços e produtos de telecomunicações, os quais apenas podem ser disponibilizados pela Altice Portugal, por ausência de outros”, salienta.
A Altice refere ainda que o Serviço Universal de comunicações sobre rede fixa não é da sua responsabilidade, tendo sido celebrado um contrato com o Estado em 2014, com a duração de cinco anos, por parte de um terceiro operador a operar em Portugal.
“A Altice Portugal reafirma que não é o prestador de serviço universal contratado pela ANACOM para o efeito. Porém e apesar deste facto inquestionável, não deixou, nem deixará de investir, substituindo-se muitas vezes ao Estado e ao operador contratado para o Serviço Universal, uma vez que se rege por valores de responsabilidade”, frisa.
A empresa garante que está a efetuar um balanço, em contacto com autarcas do país nas zonas afetadas pelos incêndios, para verificar se existem anomalias, explicando que tem equipas prontas a intervir em 24 horas.
A Altice diz também que todos os clientes identificados na migração de cobre para fibra “não têm qualquer incremento nas suas mensalidades”, frisado ainda que não serão sujeitos a nova fidelização.
O esclarecimento da Altice surge depois de o líder comunista, Jerónimo de Sousa, se ter indignado hoje com falhas nas telecomunicações da PT/Altice nos territórios atingidos pelos fogos de 2017 e denunciou que a empresa está a exigir pagamentos extra aos clientes para instalar novas redes.
No debate quinzenal na Assembleia da República, o primeiro-ministro, António Costa, concordou com Jerónimo de Sousa que "a realidade é má" e "lamentável", mas defendeu que o assunto não compete ao Governo do PS, mas antes ao regulador daquele mercado, neste caso a ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações).
"Vê-se no modo como se comporta a PT/Altice e como recusa a reposição do serviço público a que está obrigada nos territórios devastados pelos fogos florestais. Há quase quatro meses que muitas das nossas aldeias esperam ligações de comunicação fixas, internet, televisão. É uma situação inaceitável para não dizer um escândalo", afirmou Jerónimo de Sousa, referindo-se à opção de privatizar setores estratégicos da economia.
O secretário-geral do PCP acusou a empresa multinacional francesa que adquiriu a antiga PT de argumentar que "não é obrigada" a repor os serviços e de pedir "aos utentes o pagamento das ligações às suas casas e atividades [económicas]".
"Temos vindo, desde há vários meses, a negociar com a Altice as condições de reposição da normalidade da situação. A primeira prioridade foi relativamente à cablagem que sustenta as comunicações de emergência, depois de ter ficado, no último verão, bastante evidente a fragilidade do sistema dependente e assente numa rede de cabos aéreos", afirmou o primeiro-ministro.
Jerónimo de Sousa considerou que a "resposta redonda não descansa ninguém" e deu o exemplo de um cidadão da Anadia a quem terá sido pedido para pagar a instalação de 900 metros de fibra ótica.
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