A campanha “Portugal chama” é coordenada pela Agência para a Gestão Integrada de Incêndios Rurais (AGIF) e integra a participação de todas as áreas governativas e serviços tutelados e envolvidos na prevenção e combate aos incêndios.

Esta campanha, que arranca na sexta-feira e terá vários momentos ao longo do ano, vai passar na televisão, rádio, outdoors, anúncios de imprensa e distribuição de folhetos, internet e meios de comunicação regionais.

O início da iniciativa será marcado por “um primeiro filme forte e emotivo com outdoors também fortes e emotivos que nos convoca e recorda os momentos difíceis vividos em 2017”, disse o presidente da AGIF, Tiago de Oliveira, em conferência de imprensa de apresentação da campanha, que consiste em lançar apelos aos portugueses "para que se mobilizem e contribuam para um país protegido de incêndios rurais graves".

Segundo Tiago de Oliveira, a campanha vai ter várias mensagens, sendo a preocupação “dar uma noção do risco que existe” e convocar todos os portugueses a agir.

“O risco está aí, o país continua muito vulnerável aos incêndios florestais. Esta paisagem demora tempo a modificar-se e os comportamentos dos portugueses e de quem vista Portugal requer o seu tempo de mudança”, sustentou.

Tiago de Oliveira, que classificou a campanha “integrada, única e de largo espetro”, destacou a importância de os portugueses estarem todos mobilizados para a prevenção dos incêndios.

O presidente da AGIF explicou as várias vertentes da campanha: “É fundamental tomar, primeiro, consciência do perigo, depois mobilizar todos os portugueses a limpar os matos à volta das suas casas, a ter a execução das queimas e das queimadas de forma mais correta, cadastrar os terrenos, associarem-se a gerir a floresta e alertar para comportamentos de risco que possam ocorrer durante o verão”.

O mesmo responsável acrescentou que “vai haver um conjunto de ações ao longo de todo o ano e, no verão, é necessário apelar à mudança dos comportamentos dos portugueses e também da comunidade estrangeira que visita Portugal”.

De acordo com Tiago Oliveira, serão também feitas iniciativas a nível regional através de mensagens adequadas a cada região, uma vez que o Norte é diferente do Sul e as causas dos incêndios são também diferentes, bem como as soluções.

A campanha será também acompanhada de uma linha telefónica e de um site, tendo um custo inicial estimado em cerca de 300 mil euros e, no final, poderá atingir os 1,9 milhões de euros, valor a dividir por vários ministérios.

Tiago Oliveira afirmou também que os resultados da campanha vão ser medidos e será analisado regionalmente o seu impacto.

“Só por si uma campanha não faz sentido, o que faz sentido é mudar a atitude das pessoas para que valorizem a terra, cuidem dela e modifiquem os comportamentos”, frisou.

“Basicamente é uma convocatória nacional para que as pessoas mudem a forma como veem o problema e não fiquem sentadas no verão à espera que os incêndios mudam ao mudar de canal de televisão para televisão e a ver a desgraça bater à porta dos outros”, disse ainda.