"O senhor primeiro-ministro e o senhor ministro da Administração Interna anunciaram reiteradamente, porque foram questionados reiteradamente pelo CDS nesta Assembleia, sobre o modelo que iam utilizar para o SIRESP [Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal] e garantiram vezes sem conta que seria um modelo público. O país ontem [quarta-feira] ficou a saber que fica tudo na mesma, é um modelo privado", afirmou Nuno Magalhães aos jornalistas no parlamento, em Lisboa.
O presidente da bancada centrista referia-se à compra pela Altice das participações da Esegur e Datacomp no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), passando, a deter 52,1% do seu capital social, enquanto o Estado passará a deter 33% ao assumir a posição de acionista da Galilei.
"Como devem imaginar, o CDS nada tem contra os privados, mas tem o dever de anunciar, mais uma vez, que o primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna faltaram à verdade, faltaram com aquilo que disseram e as trapalhadas e descoordenações são sucessivas", acusou Nuno Magalhães.
Para o CDS-PP, a "desorientação, a descoordenação e as trapalhadas, são sucessivas" em matéria de incêndios.
"Oxalá tudo corra bem. Estamos confiantes na capacidade dos homens e nas mulheres que estão no terreno, mas seguramente não estão a receber a ajuda que deviam da parte do Governo", defendeu.
Nuno Magalhães salientou que "foi o Governo, o primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna, que disseram que a falta de controlo público do SIRESP podia comprometer a segurança" e "que ia reverter essa situação".
"Não reverteu coisíssima nenhuma", vincou Magalhães, que foi secretário de Estado da Administração Interna no Governo de Durão Barroso e Paulo Portas.
O líder da bancada do CDS-PP foi questionado sobre eventuais negociações adicionais com a Altice e respondeu que "o Estado tem de se comportar como uma pessoa de bem e não pode estar a renegociar de dois meses em dois meses um sistema tão fundamental para a defesa do país".
"O que o Estado devia ter feito era, decidido o que queria fazer, ser coerente com o que tinha decidido, pelos vistos não foi", declarou.
Na quarta-feira, a Altice Portugal anunciou que exerceu o direito de preferência na compra das participações da Esegur e Datacomp no SIRESP, passando, assim, a deter 52,1% do capital social da SIRESP SA, reforçando a sua posição acionista na mesma.
Por seu turno, o Estado português anunciou que vai assumir a posição de acionista da Galilei, passando a deter 33% do capital social do SIRESP, informou um comunicado conjunto dos Ministérios das Finanças e da Administração Interna.
Comentários