O executivo comunitário indicou hoje que, depois de as autoridades portuguesas terem ativado, no passado sábado, e pela segunda vez neste verão, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para assistência ao combate aos incêndios florestais no país, Bruxelas ajudou a mobilizar apoio, tendo os contributos chegado de Espanha.
“Espanha ofereceu mais de 120 bombeiros, 27 veículos e três aviões de combate a incêndios que, atualmente, operam em áreas afetadas”, indicou a porta-voz Annika Breidthardt na conferência de imprensa diária da Comissão.
Numa declaração divulgada em Bruxelas, o comissário europeu responsável pela Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, assegurou que “ajudar Portugal neste momento é uma prioridade para a UE” e agradeceu a pronta resposta das autoridades espanholas ao pedido de assistência português.
“O nosso Centro de Coordenação de Resposta de Emergência em Bruxelas, que monitoriza permanentemente os desastres naturais, está em constante contacto com as autoridades de proteção civil portuguesas e segue todos os desenvolvimentos. Deixem-me louvar todos os que estão a combater este flagelo, em Portugal e em toda a Europa. Estão a enfrentar um verão muito difícil e a sua dedicação e coragem são um exemplo para todos”, afirmou.
Na noite de sábado, dia em que se registou um novo máximo de incêndios, com 268 ocorrências, Portugal voltou a acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, tendo a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, explicado à Lusa que se tratou de “uma questão de prudência”, tendo em conta as previsões meteorológicas para os próximos dias.
O Mecanismo Europeu de Proteção Civil é um mecanismo comunitário para facilitar a cooperação no quadro de intervenções de socorro da Proteção Civil, como uma “pool” de meios que os Estados disponibilizam para situações de proteção civil.
Atualmente, a Comissão Europeia oferece o cofinanciamento de 85% dos custos de transporte aos países que oferecem apoio através do Mecanismo de Proteção Civil.
O mecanismo foi acionado durante o incêndio de junho em Pedrógão Grande e, recentemente, também foi acionado por países como a França ou a Itália, lembrou a ministra, acrescentando que também Portugal tem apoiado outros países através do mecanismo (por exemplo, sismos em Itália e na Turquia, esta que não faz parte da União Europeia, mas está incluída no mecanismo).
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