Mas, “acima de tudo”, este município do distrito de Coimbra “tem quatro mortes a lamentar” e esse “é o principal prejuízo”, que não é quantificável a nenhum nível, afirma Humberto Oliveira, sublinhando que a vida humana ultrapassa qualquer valor.
As 28 primeiras habitações completamente destruídas ou ardidas em parte desalojaram várias famílias, todas, no entanto, já acolhidas por familiares e em cooperação com entidades como instituições particulares de solidariedade social, acrescentou.
Sobre as segundas habitações e infraestruturas como armazéns, equipamento agrícola e animais perdidos nas chamas, o presidente da Câmara de Penacova disse à agência Lusa que o levantamento está ainda a ser feito.
Humberto Oliveira estima que tenham sido atingidas pelo fogo uma dezena de empresas, mas a sua inventariação é iniciada na tarde de hoje, em cooperação com técnicos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, referiu o autarca, que ainda não dispõe, por isso, de dados rigorosos.
“Toda a margem esquerda do Mondego [no concelho de Penacova] foi atingida” pelas chamas (a outra margem do rio também foi afetada, mas em menor escala), adianta Humberto Oliveira, calculando que tenham ardido no município cerca de seis mil hectares de floresta, na sequência dos fogos que deflagraram no domingo.
Algumas localidades do concelho continuam sem abastecimento de água, mas já em quantidade relativamente reduzida, enquanto a falta de eletricidade afeta mais pessoas e, de acordo com as previsões da EDP, o fornecimento de energia deverá estar normalizado na quinta-feira, disse ainda o autarca.
A energia elétrica também é necessária para o abastecimento de água, tendo a Câmara recorrido a gerador para garantir a distribuição de água nalgumas localidades.
Sobre a reunião extraordinária do Conselho de Ministros, no sábado, para tratar de questões relacionadas com os incêndios, o presidente da Câmara de Penacova espera, designadamente, a disponibilização de meios, no âmbito do Orçamento do Estado (OE), que “ajudem à reconstrução” das zonas afetadas.
“São necessários apoios de todos”, sublinha o autarca, que espera que “todos, desde o cidadão ao Estado, contribuam”, porque “os prejuízos são muito elevados” e “os mais fragilizados acabam por ser, normalmente também nestas alturas, os mais afetados”, conclui Humberto Oliveira.
O município de Penacova criou, entretanto, um ‘ponto de entrega’ de “bens destinados às vítimas”, na Casa do Povo de São Pedro de Alva, “onde os interessados poderão entregar os seus donativos, destacando-se a necessidade”, designadamente, de bens alimentares, roupa calçado, fraldas, lençóis, cobertores, eletrodomésticos, mobiliário, comida para animais e materiais de construção, refere uma nota da autarquia.
Quem não tiver “disponibilidade para se deslocar a São Pedro de Alva, poderá entregar os seus donativos no edifício dos Paços do Concelho” ou na Biblioteca/Centro Cultura de Penacova, nos respetivos horários de funcionamento, acrescenta a Câmara.
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