Perante o coletivo de juízes, o homem confessou o crime, mas não apresentou qualquer justificação para a sua conduta, limitando-se a dizer que antes tinha estado a beber “dois litros de vinho, mais ou menos”.

“Passou alguma coisa pela cabeça. Bebi uns copos a mais e olhe”, disse o arguido, encolhendo os ombros.

O homem afirmou ainda que só ateou fogo uma vez, contrariando o que disse à Polícia Judiciária quando participou na reconstituição dos factos.

Na primeira sessão do julgamento, o tribunal ouviu ainda uma mulher que afirmou ter visto o arguido a tentar atear fogo, com um isqueiro.

“Ele estava escondido atrás de um pinheiro a olhar para o fogo. Tirou um isqueiro do bolso e agachou-se no mato e eu disse que ia chamar a guarda”, disse a testemunha.

O indivíduo abandonou o local a pé, tendo sido intercetado poucos metros à frente por vários populares que o retiveram até à chegada da GNR.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o arguido ateou fogo em quatro pontos de ignição diferentes, na vegetação rasteira ali existente.

Quando tentava efetuar a quinta ignição, junto de umas habitações, foi surpreendido por uma moradora que, quando viu o arguido com um isqueiro na mão junto ao mato, chamou pelo mesmo, saindo este do local.

Os focos incendiários provocados pelo arguido rapidamente alastraram à restante floresta, vindo a consumir uma área de 16 hectares de vegetação constituída por mato, pinheiro e eucaliptos.

O MP diz que as chamas só não atingiram outros bens, designadamente uma capela e habitações ali existentes, devido à pronta e eficaz atuação dos Bombeiros.

O homem, que está em prisão preventiva, está acusado de um crime de incêndio florestal.

Os incêndios de outubro que atingiram as regiões Centro e Norte provocaram 48 mortos.

O dia 15 de outubro foi considerado o “pior dia do ano” em termos de fogos florestais, tendo-se registado quase 500 ignições (fogachos incêndios florestais e agrícolas), de acordo com o relatório da comissão técnica independente aos incêndios.

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