"Os hotéis que existem em Monchique não foram afetados materialmente e não sofreram danos, mantêm-se intactos", declarou Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), aplaudindo a retirada antecipada dos hóspedes para outros hotéis no litoral.

A aproximação do fogo que pelo quinto dia lavra na serra de Monchique já obrigou à evacuação do Macdonald Monchique Resort & Spa, situado no lugar do Montinho, junto à estrada que liga o Porto de Lagos a Monchique, e do Villa Termal das Caldas de Monchique Spa Resort, o mais antigo hotel da zona.

o responsável disse ainda não ter conhecimento "de qualquer impacto negativo em termos do cancelamento de reservas" para a zona de Monchique, sublinhando que esta "não é a primeira vez" que aquela zona é atingida por um incêndio de grandes dimensões, como em 2003, em que fogo se prolongou por uma dezena de dias.

"Monchique foi, desde sempre, um ponto de visita obrigatório para quem se desloca ao Algarve, é o ponto mais alto da região e possui belezas naturais que fazem com que os turistas que vão ao Algarve visitem também aquela zona", referiu, classificando Monchique como "uma referência".

Durante a tarde de segunda-feira, uma parte da estrada que liga Monchique ao Alto da Fóia, o ponto mais alto do Algarve, a cerca de oito quilómetros da vila e situado a 900 metros de altitude, teve de ser evacuada pelas autoridades devido à aproximação do fogo.

Ao longo da estrada que liga o centro da vila à Fóia, também designada como o "topo" do Algarve, existem vários cafés, restaurantes e lojas de artesanato, assim como percursos pedestres, nas zonas de serra circundantes.

"Esta devastação da beleza natural de Monchique causada pelo fogo não deixa, também, de ser uma perda para o turismo", concluiu.

O incêndio que deflagrou na sexta-feira tinha queimado até segunda-feira entre 15.000 e 20.000 hectares, segundo as autoridades, atingindo casas e carros.

Há 29 feridos ligeiros e um grave, que está com prognóstico favorável.