À entrada para uma sessão de lançamento de um livro, no Grémio Literário, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar o relatório do Ministério da Defesa sobre o furto de material militar de Tancos, divulgado na quarta-feira, declarando: "Ainda não li o relatório. Eu não me pronuncio sobre o que ouvi, vou ler o relatório".
"Estive a comparar relatórios sobre incêndios, da comissão [técnica independente], no primeiro e no segundo caso, portanto, não me debrucei ainda sobre Tancos", adiantou, reafirmando: "Não vou pronunciar-me sobre aquilo que não li".
Questionado sobre as conclusões a que chegou com a comparação dos dois documentos, o chefe de Estado disse ter confirmado a ideia de "o segundo relatório vai mais longe do que o primeiro", referente aos incêndios de junho do ano passado.
"Nas recomendações, toca pontos que no primeiro não tinham sido tocados, em áreas importantes, como, por exemplo, a estruturação dos serviços ou das instituições que lidam com a prevenção ou com o combate aos fogos. Vai mais longe, tem sugestões mais ambiciosas do que o primeiro. Isso, comparando um e outro, é fácil de ver", considerou.
O Presidente da República comentou o novo relatório sobre os incêndios na quarta-feira, defendendo que há que "tirar efeito útil" do seu conteúdo, e adiantou, desde logo, que apoia eventuais alterações legislativas para "retocar" o que foi feito nesta matéria.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que leu o documento durante a noite anterior e verificou que "já analisa medidas que entretanto foram tomadas" e inclui "algumas recomendações que vão além das recomendações do primeiro relatório".
"Se se entender – mas isso é uma decisão política, naturalmente, da Assembleia da República e do Governo – que há aspetos a rever ou a retocar, em função das novas recomendações, sabe-se que o Presidente da República está disponível, sendo diplomas legais, para, naturalmente, dar o seu apoio àquilo que for feito", afirmou, repetindo várias vezes esta mensagem.
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