“A severidade meteorológica irá manter-se extremamente elevada” nos “dias 17 e 18, em grande parte do território, em especial nas regiões do Norte e Centro, onde o PIR [perigo de incêndio rural] continuará a situar-se nas classes mais elevadas de perigo: elevado, muito elevado ou máximo”, avançou o IPMA, numa nota divulgada na sua página de Internet.
No comunicado, válido até às 18:11 de terça-feira, refere-se que o índice meteorológico de perigo de incêndio calculado diariamente no IPMA, que reflete a severidade meteorológica na propagação dos incêndios rurais, “tem apresentado valores extremos, comprovando a adversidade das condições meteorológicas atuais”.
“Acresce que o índice de secura dos combustíveis mortos é muito elevado, superando o valor médio para esta época em grande parte do território”, apontou o IPMA, informando que hoje o perigo de incêndio rural situou-se, na totalidade dos concelhos do território do continente, “nas três classes mais elevadas de perigo” e “com 70% dos concelhos nas classes de muito elevado e máximo”.
O território do continente tem estado, desde sábado, “sob a influência de um fluxo de leste, que se intensificou” hoje e que se “manterá intenso” dia 17, “nas regiões do Norte e Centro”.
“Os valores da humidade relativa são extraordinariamente baixos, registando-se valores de 10% ou inferiores mesmo em locais próximos do litoral, como por exemplo na região de Aveiro, Porto ou Viana do Castelo”, revelou o IPMA.
Para quarta-feira, o instituto prevê “uma rotação do vento para o quadrante sul, soprando fraco ou moderado, por vezes com rajadas da ordem de 60 km/h, continuando a prever-se valores muito baixos da humidade relativa em grande parte do território”.
O IPMA, devido à previsão do agravamento do perigo de incêndio por causa do tempo quente, já tinha emitido para hoje e terça-feira aviso amarelo para os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga.
O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Devido à previsão de risco elevado de incêndio na generalidade do território continental, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) aumentou o estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado, para hoje e terça-feira.
Numa conferência de imprensa, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, anunciou que, por causa da situação meteorológica adversa, vai ser prolongada a Declaração da Situação de Alerta em todo o território do continente.
A declaração decorre da elevação do estado de alerta especial do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) e da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de reação face ao risco de incêndio máximo, muito elevado e elevado, previsto pelo IPMA, em grande parte do território continental.
A situação de alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais ou a proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).
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