“O objetivo é uma resposta mais rápida”, afirmou o comandante distrital de operações de socorro (CODIS) de Vila Real, Álvaro Ribeiro.
Com o aumento de temperatura, o risco de incêndio rural aumenta também. Mas esta é apenas uma das variáveis a ter em conta no momento em que se define a estratégica que passa por antecipar a colocação dos meios no terreno, fora dos quartéis, em outros quartéis de concelhos com maior risco ou em locais de onde é possível uma fácil movimentação pelo distrito.
De acordo com Álvaro Ribeiro, para além da carta meteorológica, é também analisada a humidade relativa do ar, a temperatura e o vento, bem como a ocupação do solo e o histórico de incêndios.
“De dia para dia fazemos uma análise. Fazemos um briefing de manhã para identificarmos aquilo que existe de situações problemáticas, isto é, vamos ver o histórico do dia anterior, da noite, as condições meteorológicas e definimos os meios de despacho”, explicou.
Depois, no final da tarde de cada dia, é feito “o planeamento dos pré-posicionamentos para o dia seguinte”. “O documento é dinâmico e pode ser alterado hora a hora em função das necessidades”, afirmou o CODIS.
Uma brigada colocada em Vila Verde (Alijó) era constituída por 18 bombeiros, de três corporações, quatro viaturas e comandada por Vítor Sequeira, da corporação de Favaios.
“Este é um lugar estratégico (…). Estamos aqui com bons acessos, temos o Itinerário Complementar 5 (IC5) e a Autoestrada 4 (A4) que nos coloca rapidamente nos sítios onde tem havido o maior número de ocorrências”, afirmou o comandante Vítor Sequeira.
E, segundo o responsável, "quanto mais cedo e mais rápido se conseguir chegar ao local, maior o sucesso".
Vítor Sequeira referiu que os “resultados têm melhorado” com a estratégia de pré-posicionamento dos meios.
“Temos chegado mais cedo aos locais e estamos já organizados, não perdemos tempo a constituir os grupos de combate, a chamar o seu comandante porque já estamos sempre aqui. O grupo tem sempre um elemento de comando para coordenar e arrancarmos daqui para onde formos solicitados”, frisou.
Em Vila Verde, os operacionais estavam junto a um edifício cedido pela junta de freguesia onde podem fazer as refeições, com espaço para o cumprimento das regras sanitárias impostas pela covid-19.
Com os meios no terreno as populações “também se sentem mais seguras” e, segundo o comandante, também se contribui “para dissuadir comportamentos de risco”.
Para além de Vila Verde, outros locais estratégicos são, por exemplo, Vila Pouca de Aguiar, devido à sua localização geográfica central no distrito, e Valpaços porque tem um clima muito seco, quente, com temperaturas muito elevadas e fica distante de uma possibilidade de reforço rápido.
O dispositivo de combate a incêndios rurais para o distrito de Vila Real é composto por 46 equipas (cinco operacionais cada), reforçado pelos sapadores florestais. Há ainda 26 equipas de intervenção permanente (EIP), que trabalham no horário laboral. No total são 518 operacionais e 108 viaturas.
Para o ataque inicial aos fogos estão ainda disponíveis um helicóptero médio no centro de meios aéreos de Vidago e dois helicópteros ligeiros, um em Ribeira de Pena e outro em Vila Real, podendo ser reforçados com outros meios próximos do distrito.
“Todos estes meios são para movimentar no caso de ser necessário”, salientou Álvaro Ribeiro.
Vila Real possui ainda uma rede de 26 postos de vigia, que é coordenado pela GNR e, com a construção das barragens no Alto Tâmega há duas novas albufeiras para reabastecimento dos meios aéreos, a de Daivões e a de Gouvães, que vêm dar resposta ao centro do distrito que estava a descoberto.
E este é, para Álvaro Ribeiro, um “distrito complexo”, com "orografia muito difícil”, com manchas de pinheiro bravo “com pouca gestão ou nenhuma” e um clima, durante o verão, de “altas temperaturas e secas e que se prolonga no tempo”.
“Tudo isso conjugado faz com que o distrito potencie ocorrências complexas”, referiu.
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