O presidente da Câmara de Mação voltou hoje a questionar o posicionamento de meios no incêndio que afeta o concelho que dirige, comparativamente aos meios disponibilizados para os concelhos vizinhos da Sertã e Proença-a-Nova.
Em declarações aos jornalistas, Vasco Estrela disse que a autarquia que dirige está a compilar um conjunto de perguntas para fazer às autoridades "para que possam justificar as razões que levaram a que tivessem sido tomadas algumas decisões relativamente ao posicionamento de meios" de combate ao incêndio.
“Durante a tarde de hoje, numa altura em que tínhamos em curso no país 19 ocorrências de incêndios florestais, que concentravam 2.426 operacionais, 738 meios terrestres e 32 meios aéreos, cerca de metade destes meios concentravam-se praticamente no incêndio da Sertã. E só no setor de Mação tínhamos empenhado pelas 17:00 cerca de 1.000 operacionais, apoiados por 280 veículos, seis aviões pesados 'Canadair', dois aviões médios 'Fireboss', dois helicópteros ligeiros e seis máquinas de arrasto”, explicou a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, depois de confrontada com as críticas pelos jornalistas.
As chamas que lavram desde domingo eclodiram no concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco, e estenderam-se a Proença-a-Nova, no mesmo distrito, e a Mação, no distrito de Santarém.
“No incêndio da Sertã, que afeta três concelhos, temos 1.257 operacionais, apoiados por 356 veículos e dez meios aéreos. Esta é uma mobilização absolutamente extraordinária, não é comum termos este número de meios num incêndio. Estamos a reforçar com tudo aquilo que é possível, e aquilo que temos feito é a gestão destes meios em função daquilo que é o comportamento do incêndio e daquelas que são as prioridades que a todo o momento s vão sendo elencadas no posto de comando operacional”, acrescentou Patrícia Gaspar.
Durante o briefing operacional na sede da ANPC, em Oeiras, distrito de Lisboa, e na presença do primeiro-ministro, António Costa, a adjunta nacional de operações da Proteção Civil sublinhou que os meios nunca foram desmobilizados.
“Não houve desmobilização de meios no incêndio da Sertã. O que tem havido é um reposicionamento de meios nas diferentes frentes do incêndio. Este incêndio lavra desde domingo, afetando neste momento três concelhos: Mação, Proença-a-Nova e Sertã. Estamos a falar de uma área bastante vasta e o incêndio não tem sempre o mesmo comportamento. Ele tem sido condicionado, não só pelo relevo, mas sobretudo muito pela força do vento”, sustentou Patrícia Gaspar.
Esta responsável da Proteção Civil reiterou que tudo foi feito para ter todos os meios disponíveis no terreno para combater o incêndio que deflagrou domingo na Sertã e deu um exemplo.
“Aos 60 minutos de incêndio tínhamos grupos de reforço acionados e meios aéreos pesados acionados, ainda antes dos 60 minutos, a fase de ataque ampliado que normalmente se regista a partir dos 90 minutos, iniciamo-lo muito mais cedo. Tudo foi feito para colocar no terreno todos os meios disponíveis”, afirmou Patrícia Gaspar, acrescentando que os mais de 1.200 operacionais estão no teatro de operações há praticamente dois dias.
Comentários