Através da sua página oficial na rede social ‘Twitter’, Rui Rio quis saber “é mesmo verdade” que “uma empresa de turismo, criada há poucos meses pelo marido de uma autarca do PS”, vendeu um “produto inflamável para usar durante os incêndios a preços muito superiores aos de mercado”.

A mensagem que Rui Rio divulgou hoje no ‘Twitter’ é acompanhada de uma notícia da revista Sábado, que refere que a empresa Foxtrot – Aventura, Unipessoal Lda foi constituída em dezembro de 2017 e é detida por Ricardo Fernandes, marido da presidente da Junta de Freguesia de Longos, em Guimarães (distrito de Braga).

De acordo com a notícia, esta empresa está registada como sendo dedicada a “turismo de natureza” e “exploração de parque de campismo e caravanismo”.

Já na sexta-feira, depois de esta polémica ter sido noticiada, o líder do PSD escreveu na sua conta na mesma plataforma: “comprar material inflamável para usar durante um incêndio? Nem sei bem o que dizer”.

O Jornal de Notícias noticiou na terça-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela proteção civil no âmbito do programa "Aldeia Segura" e "Pessoas Seguras".

De acordo com o jornal, as golas antifumo, fabricadas em poliéster, "não têm a eficácia que deveriam ter: evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro".

Entretanto, a Proteção Civil esclareceu que os materiais distribuídos no âmbito dos programas "Aldeias Seguras" e "Pessoas Seguras" não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas práticas.

Depois de desvalorizar o caso das golas inflamáveis nos kits dos programas "Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, acabou por pedir esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna.