"Se isto for verdade, tal e qual como está nas notícias, é gravíssimo. Não tem pés nem cabeças", disse Rui Rio, que falava aos jornalistas em Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, onde se reuniu com autarcas da região afetados pelos incêndios que atingiram esta região há cerca de uma semana.
Questionado sobre a demissão de Francisco Ferreira, adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, o líder do PSD referiu que este membro do Governo terá alguma responsabilidade na matéria, mas isso não quer dizer que o assunto "fique resolvido".
Para Rui Rio, este técnico não terá "responsabilidade em tudo", estando essa questão por esclarecer.
"Aquilo que já temos em cima da mesa é que há uma empresa constituída há muito poucos meses e que se dedica ao setor do turismo e que vende golas para usar durante os incêndios que são elas próprias inflamáveis", salientou, frisando ainda que a empresa tem ligação a "um familiar de uma autarca do PS" e que as golas são vendidas a "preços superiores àqueles que são os preços de mercado".
O técnico Francisco Ferreira, adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, demitiu-se hoje, após ter sido noticiado o seu envolvimento na escolha das empresas para a produção dos ?kits' de emergência para o programa "Aldeias Seguras", tendo o pedido sido aceite pelo secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves.
O Jornal de Notícias, que já tinha noticiado sexta-feira o facto de as 70 mil golas antifumo, com um custo de 125 mil euros, serem de material inflamável e não terem tratamento anticarbonização, adiantou hoje que Francisco Ferreira, também presidente da concelhia do PS/Arouca, foi quem recomendou as empresas para a compra das golas, 15 mil ?kits' de emergência com materiais combustíveis e panfletos entregues às 1.909 povoações abrangidas pelo programa.
No sábado, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios.
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