Segundo um comunicado do Marco Estratégico Permanente (CSP na sigla em francês), autoridade independentista da região conhecida por Azawad, no norte do Mali, cinco das vítimas foram assassinadas perto da população de Tin-Essako e enterradas numa vala comum.
A autoridade acrescentou que as incursões do exército maliano e dos mercenários russos deixaram “importantes danos materiais”, incluindo o saque de propriedades, a destruição de casas e infraestruturas e o abate de gado.
“O CSP condena veemente estes atos de terrorismo institucionalizado por parte da junta militar de Bamaco (…) ao mesmo tempo que apela à comunidade internacional e aos países vizinhos para reagirem perante esta limpeza étnica”, escreve no documento.
O coletivo CSP, criado em 2021, reúne os grupos do norte que assinaram o acordo de paz em Argel, em 2015, que prevê uma maior autonomia para o norte do Mali, após a guerra iniciada em 2012, entre os nortenhos e o governo central.
Organizações políticas e associações do norte do Mali denunciaram o assassínio de 120 civis às mãos de militares e de mercenários malianos do grupo russo Wagner, durante os meses de maio e junho.
Este país da região do Sahel, governado por uma junta militar golpista desde 2020, é palco de ataques terroristas contínuos perpetrados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) e pela filial local da Al Qaeda, denominada por Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GAIM).
Nos últimos meses, as reações imprecisas e indiscriminadas do exército maliano, apoiado pelos mercenários do grupo russo Wagner, também provocaram massacres nas fileiras de civis, denunciados por instituições como a ONU.
Segundo a plataforma ‘Armed Conflict Location And Event Data Project’ (ACLED), que monitoriza a violência no mundo, entre maio de 2023 e o mesmo mês deste ano, 2024, morreram 4.394 pessoas no Mali em eventos violentos protagonizados por grupos não estatais e outras 2.277 nas mãos das forças estatais.
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