No sábado, foi recusada à instituição de caridade a renovação da licença para receber financiamento estrangeiro, de acordo com o Ministério do Interior indiano.
Na decisão é declarado que as Missionárias da Caridade já não preenchem os requisitos de elegibilidade, sem qualquer pormenor.
As Missionárias da Caridade é uma ordem católica fundada em 1950 por Madre Teresa, uma freira católica que viveu e trabalhou na Índia durante a maior parte da vida, ajudando os pobres de Calcutá.
Madre Teresa foi Prémio Nobel da Paz em 1979 e declarada santa pouco tempo depois.
A organização gere abrigos em toda a Índia. De acordo com o diário Hindu, obteve cerca de 750 milhões de dólares (662 milhões de euros) em financiamento estrangeiro no ano financeiro de 2020-21.
O vigário-geral da Arquidiocese de Calcutá, Dominic Gomes, disse que o anúncio era “um cruel presente de Natal para os mais pobres”.
As Missionárias da Caridade garantiram já, numa declaração, que não vão usar moeda estrangeira “até que a questão esteja resolvida”.
O anúncio chega duas semanas depois de a polícia de Gujarat, estado natal do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ter começado a investigar missões de caridade por “conversões forçadas” de hindus ao cristianismo, uma acusação recorrente de membros da “linha dura” da religião maioritária da Índia.
Ativistas dos direitos humanos tem manifestado preocupações relativamente ao aumento de discriminação e violência contra minorias religiosas, desde que Modi chegou ao poder, em 2014, depois de terem registado mais de 300 incidentes anticristãos este ano.
Pela primeira vez desde 2004, a Comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos listou, no ano passado, a Índia como um “país de particular preocupação”.
O Governo de Modi nega qualquer “Hindutva”, um projeto de hegemonia hindu, e insiste na igualdade de direitos para todas as religiões.
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