Uma adolescente de 16 anos foi detida na quinta-feira durante uma operação antiterrorista em Melun (Seine-et-Marne), nos subúrbios de Paris. "Muito radicalizada", a jovem era administradora de um grupo no Telegram, onde "retransmitida numerosas mensagens de propaganda do grupo Estado Islâmico, passava a palavra dos apeos à realização de ataques e também expressava a sua intenção de agir", informou uma fonte próxima à investigação.
Lançado em 2013, a aplicação Telegram, criada por russos, é regularmente apontada pelas autoridades como um dos meios preferidos dos jihadistas devido ao seu sistema de criptografia, que exige um código para decifrar as mensagens. Os dois autores do ataque na igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray, Adel Kermiche e Abdel Petitjean, conheceram-se através desta aplicação, poucos dias antes do assassinato do padre Jacques Hamel.
Os investigadores chegaram até a adolescente, que não tem antecedentes criminais, após detectarem uma mensagem "muito preocupante" publicada dentro deste grupo Telegram. A adolescente foi indiciada por "associação criminosa em relação a uma empresa terrorista criminosa" e "incitação à prática de atos terroristas por um meio de comunicação online", no caso mensagens criptografadas pelo Telegram.
Um inquérito judicial, confiado aos juízes do centro antiterrorista de Paris, foi aberto nesta segunda-feira pelo procurador de Paris. Na quinta-feira, foram realizadas buscas pela polícia de elite em Melun, incluindo na casa da família da rapariga. Nem armas nem explosivos foram descobertos. "Neste estágio da investigação, os investigadores não identificaram um alvo ou projeto concreto", acrescentou a fonte próxima à investigação. O computador e o telemóvel da menor estão a ser analisados e "não houve, nesta fase, outras prisões".
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