Investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, reanalisaram documentos internos da indústria açucareira e descobriram que a Fundação para a Investigação sobre o Açúcar, a 'voz científica' das empresas do setor na década de 60, financiou estudos com ratos para avaliar os efeitos da sacarose no coração e nos vasos sanguíneos.

Em 1968, a fundação, que nesse ano adotou a designação de Fundação Internacional para a Investigação sobre o Açúcar, deixou de apoiar um projeto científico, sem que os resultados preliminares fossem divulgados, quando os dados apontavam para uma ligação entre o consumo de açúcar e as doenças cardíacas e o cancro da bexiga.

Numa análise anterior dos documentos, a equipa da universidade californiana tinha verificado que a instituição financiara em 1967 um estudo que minimizava indícios a sugerirem que a ingestão de sacarose causava doença coronária.

No artigo hoje publicado, os cientistas sustentam que o setor açucareiro parou, na época, o financiamento da investigação para proteger os seus interesses comerciais.

"Este tipo de manipulação da investigação é semelhante ao que a indústria do tabaco faz", afirmou um dos autores do artigo, Stanton Glantz, citado num comunicado do grupo de publicações científicas PLOS.

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